País tem 2,7 mi de pessoas buscando trabalho há 2 anos ou mais
O montante equivale a um aumento de 13,5% nesse contingente de desempregados de longa data, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 12h12.
Rio - No quarto trimestre de 2017, o País tinha 2,786 milhões de pessoas buscando trabalho há pelo menos dois anos, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O montante equivale a um aumento de 13,5% nesse contingente de desempregados de longa data, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
"Aumentou de forma bastante expressiva", reconheceu Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. "A crise está fazendo a busca por emprego durar mais", completou.
Outras 2,243 milhões de pessoas buscavam emprego há pelo menos um ano, mas por menos que dois anos. Entre os desempregados mais recentes, 1,520 milhão de pessoas buscavam emprego há menos um mês e mais 5,761 milhões estavam na fila por uma vaga entre um mês a menos de um ano.
Brancos, pretos e pardos
A taxa de desocupação ainda é muito mais elevada entre pretos e pardos do que entre brancos, de acordo com dados da Pnad Contínua divulgados pelo IBGE. No quarto trimestre de 2017, a taxa de desemprego ficou em 9,5% entre os brancos, resultado inferior à taxa de 14,5% registrada entre pretos e de 13,6% entre os pardos.
Cinco anos antes, no quarto trimestre de 2012, quando a taxa de desemprego média estava estimada em 6,9%, a dos pretos correspondia a 8,6%; a dos pardos, 8,1%; e a dos brancos, 5,4%.
A pesquisa verificou um aumento na participação de pretos entre a população desempregada de 2012 a 2017. O contingente dos desocupados no Brasil no quarto trimestre de 2012 foi estimado em 6,7 milhões de pessoas. Os pardos representavam 52,4% desse total, seguido dos brancos (37,5%) e dos pretos (9,6%).
No quarto trimestre de 2017, a população desempregada subiu para 12,3 milhões de pessoas. A participação dos pardos passou a 51,9%, enquanto a dos brancos reduziu para 35,6% e a dos pretos subiu a 11,9%.
O IBGE ressalta, porém, que houve tendência de queda da proporção de pessoas que se declaravam brancas e aumento das que se diziam pretas e pardas no mesmo período.