Economia

Oposição japonesa promete acordo com BOJ para inflação em 2%

Partido Liberal Democrata prometeu um grande orçamento extra e um acordo político com o banco central sobre medidas agressivas de estímulo monetário


	Política monetária, junto com a diplomacia e as questões de segurança, surgiram como pontos centrais das eleições de 16 de dezembro
 (Wikimedia Commons)

Política monetária, junto com a diplomacia e as questões de segurança, surgiram como pontos centrais das eleições de 16 de dezembro (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2012 às 09h36.

Tóquio - O Partido Liberal Democrata (PLD), de oposição e cotado para vencer as eleições parlamentares do Japão, prometeu nesta quarta-feira um grande orçamento extra e um acordo político com o banco central sobre medidas agressivas de estímulo monetário para ajudar a resgatar a economia da recessão.

O partido também prometeu aumentar os gastos em defesa marítima, defender o território do Japão e aliviar as restrições sobre o Exército impostas pela Constituição pacifista. Essas posições podem inflamar ainda mais a tensa relação com o governo chinês, já fragilizada uma disputa por pequenas ilhas desabitadas, agora controladas por Tóquio.

A política monetária, junto com a diplomacia e as questões de segurança, surgiram como pontos centrais das eleições de 16 de dezembro -- as primeiras desde que o primeiro-ministro Yoshihiko Noda, do Partido Democrático do Japão (PDJ), chegou ao poder em 2009.

Três anos e três primeiros-ministros depois, pesquisas de opinião mostram que eleitores decepcionados estão inclinados a darem a maioria da câmara baixa do Parlamento ao PLD.

A plataforma do partido de oposição pede a definição de uma meta de inflação de 2 por cento no âmbito de um acordo entre o governo e o Banco do Japão (BOJ, banco central), bem como a possível revisão da lei do BOJ que garante a independência do banco central, para "fortalecer a cooperação" com o governo sobre as políticas.

O documento também disse que um governo do PLD iria considerar a criação de um fundo público-privado para comprar títulos estrangeiros.

Mas não fez menção à proposta do líder do partido e ex-premiê Shinzo Abe de que o BOJ deve subscrever diretamente títulos emitidos para projetos de obras públicas. Noda diz que a ideia ameaça a independência do banco central.

Refletindo a ampla posição do partido pró-energia nuclear, mais de 18 meses após o desastre nuclear de Fukushima, o PLD disse que vai decidir dentro de três anos sobre a possibilidade de reiniciar usinas nucleares ociosas. Temores da população sobre a segurança têm crescido desde o desastre de março de 2011, o que provocou grandes manifestações contra o reinicio de usinas.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaInflaçãoJapãoPaíses ricosPolítica

Mais de Economia

Lula diz que a fome 'existe por decisão política' e quer tirar o Brasil do Mapa da fome até 2026

Taxação global de 2% sobre super-ricos arrecadaria de US$ 200 a US$ 250 bi por ano, diz Haddad

‘Problema dos gastos no Brasil não é ter os pobres no Orçamento’, diz Simone Tebet

Plano Real, 30 anos: Gustavo Loyola e as reformas necessárias para o Brasil crescer

Mais na Exame