Economia

O sistema financeiro precisa de ajustes? Fraga e Scheinkman respondem

O ex-presidente do BC e o professor da Universidade de Colúmbia participaram do evento online Retomada Econômica, Tecnologia e Inclusão Financeira

Armínio Fraga (Ex-presidente do Banco Central) e José Alexandre Sheinckman (Professor da Universidade de Columbia)  (Montagem Exame/Divulgação)

Armínio Fraga (Ex-presidente do Banco Central) e José Alexandre Sheinckman (Professor da Universidade de Columbia) (Montagem Exame/Divulgação)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 16 de setembro de 2020 às 17h57.

Última atualização em 16 de setembro de 2020 às 23h35.

Uma das características do sistema financeiro global que ficaram claras ao longo do tempo é a tendência para crises. O último grande exemplo foi em 2008, com o subprime nos Estados Unidos, que evidenciou uma vulnerabilidade dos grandes bancos americanos. O sistema teve avanços desde então, mas o fato é que não para de mudar, com avanços tecnológicos que surpreendem, de um lado, por deixar as transações muito mais baratas, e, de outro, por trazer novidades revolucionárias, como o Pix, sistema de transferência imediata entre pessoas físicas, anunciado recentemente no Brasil. Nessa linha, fica a questão: o risco aumentou? Está na hora de novos ajustes?

No caso do Brasil, a primeira mudança importante a ser feita para melhorar o sistema financeiro não é exatamente óbvia, segundo o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga: "Um ponto cada vez mais importante para um sistema econômico em geral é a educação financeira e econômica dos cidadãos. Eu vejo um sistema financeiro do futuro onde as pessoa entendem mais ou menos qual é seu balanço financeiro, seus fluxos, seus riscos e, assim, com um pouco mais de informação, poderão administrar melhor as finanças", diz.

Parte do sistema financeiro do futuro, além de passar por novas tecnologias e pelo barateamento dos serviços, passa também por um fenômeno que tem sido visto atualmente, em meio à crise do coronavírus, que é o maior peso da importância do Banco Central na economia. Os riscos dessa mudança, porém, ainda não ficaram claros. "Os BCs viraram verdadeiros resolvedores de todos os problemas, de fato eles têm muito poder e esse poder vai continuar sendo exercido com seus grandes benefícios e os riscos. Ainda estamos meio distraídos em relação aos riscos, é um momento de grande excitação nos mercados, mas são ciclos", diz José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Colúmbia.

Fraga e Scheinkman participaram nesta quarta-feira, 16, do evento online Retomada Econômica, Tecnologia e Inclusão Financeira, promovido pelo Instituto ProPague e que teve como parceira a EXAME.

Assista à entrevista completa:

 

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