O aumento de impostos para combustíveis vai incentivar o etanol?
Segundo a Unica, "não há qualquer traço de política pública para viabilizar o consumo de combustíveis renováveis" na medida do governo
Reuters
Publicado em 22 de julho de 2017 às 14h32.
São Paulo - A decisão do governo em elevar as alíquotas de PIS/Cofins que incidem sobre combustíveis visou somente ajudar no cumprimento da meta orçamentária e "não há qualquer traço de política pública para viabilizar o consumo de combustíveis renováveis", disse neste sábado a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Em nota, a Unica cita que o aumento foi proporcionalmente maior para o etanol hidratado em relação a seu concorrente direto, a gasolina (172 por cento de alta nos tributos sobre o álcool versus 107 por cento no caso do derivado de petróleo).
"Haverá perda de competitividade no momento do abastecimento dos veículos. A Unica lamenta essa estratégia de aumento da arrecadação que, novamente, afeta negativamente o setor sucroenergético", afirmou a associação.
Na quinta-feira, o governo elevou o PIS/Cofins sobre a gasolina de 38 centavos para 79 centavos por litro. No caso do etanol hidratado, a alíquota passou de 12 centavos para 32 centavos por litro, sendo 13 centavos para o produtor e 19 centavos para o distribuidor.