Economia

Queda do petróleo pode transferir US$ 3 trilhões em riqueza

Queda brutal do preço do barril "vai empurrar US$ 3 trilhões por ano de produtores de petróleo para para consumidores globais", diz banco


	Exploração de petróleo: empresas e países produtores estão sofrendo com a queda de preço
 (Getty Images)

Exploração de petróleo: empresas e países produtores estão sofrendo com a queda de preço (Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 3 de fevereiro de 2016 às 05h00.

São Paulo - Poucos fenômenos tem sido tão relevantes para a economia global quando a queda brutal do preço do petróleo.

Em meados de 2014, um barril chegou a valer 115 dólares. Atualmente, flutua na casa dos 30 dólares - uma queda de cerca de 73%.

"Se sustentado, [este processo] vai empurrar US$ 3 trilhões por ano de produtores de petróleo para consumidores globais, abrindo caminho para uma das maiores transferências de riqueza na história humana", diz uma nota recente do Bank of America Merrill Lynch assinada por Francisco Blanch.

Isso significa 400 dólares líquidos em média para cada consumidor. Apesar do impacto imediato ser na média positivo, os efeitos sobre a economia como um todo são mais complexos.

As empresas de petróleo estão vendo suas ações despencarem (Petrobras entre elas), enquanto os países produtores sofrem com a queda acentuada de receitas (um dos principais fatores nas crises da Rússia e da Venezuela).

Os 6 países do Conselho de Cooperação do Golfo (entre eles Arábia Saudita e Catar) anunciaram recentemente que vão passar a taxar diretamente os seus cidadãos pela primeira vez.

Na Europa, a energia mais barata alimentou a deflação (o que é ruim) mas liberou recursos para o consumo (o que é bom). Na importadora Índia, a queda do preço deu um alívio importante na balança de pagamentos e ajudou a turbinar o crescimento.

Preço mais baixo também gera demanda é a tendência é que os consumidores comprem mais carros e se preocupem menos com a eficiência. Depois de anos em estagnação, o número total de quilômetros dirigidos pelos americanos voltou a subir em 2015. 

As empresas automobilísticas celebram bons resultados enquanto a energia limpa fica relativamente mais cara na comparação com o petróleo, em uma série de notícias péssimas para o aquecimento global.

"Supondo uma ação limitada em relação às mudanças climáticas, o pico na demanda mundial de petróleo pode ocorrer apenas em 2040 em um mundo com barril abaixo de US$ 70", diz a nota do banco.

Acompanhe tudo sobre:Aquecimento globalClimaCombustíveisEnergiaIndústriaIndústria do petróleoIndústrias em geralPetróleoRiqueza

Mais de Economia

Brasil é 'referência mundial' em regulação financeira, diz organizador de evento paralelo do G20

Governo teme “efeito cascata” no funcionalismo se Congresso aprovar PEC do BC

Banco Central estabelece regras para reuniões com agentes do mercado financeiro

Produção industrial sobe 4,1% em junho, maior alta desde julho de 2020

Mais na Exame