Economia

Mercado reduz projeção de inflação em 2013 e eleva para 2012

Os analistas consultados ainda mantiveram a projeção de que a Selic encerrará este ano a 7,25%


	Tombini: infomações do Banco Central
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Tombini: infomações do Banco Central (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2012 às 09h19.

São Paulo - O mercado elevou pela décima vez seguida a projeção para a  inflação neste ano, mas reduziu a expectativa para 2013 depois de o governo ter anunciado medidas para diminuir as tarifas de energia, mostrou a pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira.

A expectativa para a inflação no ano que vem dos analistas consultados foi reduzida a 5,50 por cento, ante 5,54 por cento na semana anterior.

Na semana passada, o governo brasileiro anunciou redução média das tarifas de energia de 20,2 por cento para os consumidores a partir do ano que vem, em uma ação para garantir maior competitividade à indústria local e ajudar a acelerar o crescimento do país.

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, essa medida deverá ter um impacto positivo na inflação em 2013 entre 0,5 a 1 ponto percentual, considerando os efeitos diretos e indiretos.

Para este ano, por sua vez, a previsão do mercado para inflação foi elevada para 5,26 por cento, de 5,24 por cento na semana anterior. Com isso, a perspectiva do mercado afasta-se ainda mais do centro da meta do governo, de 4,5 por cento pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que o processo de convergência da inflação para o centro da meta ocorre de maneira não homogênea e pode ter reversões temporárias.

Em relação à taxa básica de juros, a pesquisa Focus mostrou que o mercado manteve a expectativa de que a Selic, atualmente na mínima histórica de 7,50 por cento, sofrerá mais um corte de 0,25 ponto percentual e encerrará este ano a 7,25 por cento.

Reiterando uma "máxima parcimônia" na condução da política monetária, o BC demonstrou maior preocupação com os preços no curto prazo devido à de produtos agrícolas.

O relatório Focus ainda não captou a visão do mercado sobre o futuro da taxa de juros depois que o BC anunciou, na noite de sexta-feira, redução no recolhimento dos depósitos compulsórios dos bancos, que resultará na injeção de 30 bilhões de reais na economia. Alguns economistas do mercado avaliam que a redução do compulsório diminui as chances de mais um corte da taxa de juro, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro.

Em relação ao próximo ano, a projeção para a Selic foi mantida em 8,25 por cento.


PIB

Os analistas consultados na pesquisa Focus reduziram pela sétima vez a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, para 1,57 por cento, contra 1,62 por cento na semana anterior. Para 2013, a expectativa foi mantida em 4 por cento.

O Ministério da Fazenda reduziu, na quinta-feira passada, sua previsão para o crescimento da economia este ano para 2 por cento, depois de um primeiro semestre muito fraco, e anunciou novas medidas para estimular a produção.

A expectativa é que a economia cresça em um ritmo mais acelerado no segundo semestre. O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), que é considerado uma prévia do PIB, já captou uma pequena melhora, indicando expansão de 0,42 por cento em julho frente a junho, ante expectativa do mercado de alta de 0,30 por cento.

A pesquisa Focus desta segunda-feira mostrou também que o mercado manteve a previsão de que o dólar encerrará este ano a 2 reais.

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileiraEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoJurosMercado financeiroPIBSelic

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação