Economia

Meirelles montou "time dos sonhos", diz economista

"Gente muito qualificada e com experiência muito relevante e rica", diz Alberto Ramos, economista sênior do Goldman Sachs


	Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, nesta terça-feira
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, nesta terça-feira (Ueslei Marcelino / Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 17 de maio de 2016 às 12h39.

São Paulo - Economistas reagiram de forma positiva aos nomes da equipe econômica anunciada hoje por Henrique Meirelles, ministro da Fazenda.

"Um verdadeiro dream team de gente muito qualificada e com experiência muito relevante e rica, quer no setor público, quer no setor privado. Gente certamente à altura dos desafios", diz Alberto Ramos, economista sênior do Goldman Sachs.

Os nomes anunciados hoje foram o de Ilan Goldfajn para o Banco Central, Mansueto Almeida para a secretaria de Acompanhamento Econômico, Carlos Hamilton para a secretaria de Política Econômica e Marcelo Caetano para a secretaria da Previdência.

De acordo com Otaviano Canuto, representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), é uma equipe "excelente".

A coletiva de imprensa, que estava marcada para 11 horas, foi mudada para 8h30 para se antecipar ao pregão. O Ibovespa subia ligeiramente com os anúncios e o dólar, que inicialmente caiu, voltou a subir.

Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio-diretor da consultoria Tendências, diz que o time é "experiente e muito bom tecnicamente".

A transição no Banco Central deve ser gradual e levar cerca de um mês. Ilan ainda precisa ser sabatinado e confirmado pelo Senado; a ideia é que ele não tenha status de ministro mas ganhe foro privilegiado por meio de uma emenda constitucional.

"Segue a linha de recuperar a confiança dos agentes econômicos, e resgatar a credibilidade do BC que, infelizmente, em toda era Tombini teve decisões pautadas pelo governo. Agora com Ilan, acredito que as decisões serão técnicas", diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings.

Ele aposta que a Selic começará a ser cortada no máximo a partir de julho: "não significa que a política de Ilan será de flexibilização constante, e sim que há condições devido a uma queda das projeções de inflação e pelo atual processo recessivo".

Por meio de nota, o atual presidente Tombini classificou seu sucessor como alguém de "ampla visão da economia nacional e internacional" e notou que "suas qualidades e sua formação o credenciam a uma bem sucedida gestão frente à autoridade monetária brasileira".

Meirelles afirmou na coletiva de hoje que o Banco Central deve ganhar autonomia técnica, mas sem independência formal ou mandatos fixos.

Os nomes para os bancos públicos serão anunciados nos próximos dias, mas Maria Silvia Bastos Marques já foi confirmada para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pela assessoria de Temer.

Por enquanto, Jorge Hadid segue na Receita Federal e Otávio Ladeira segue no Tesouro.

Na coletiva de hoje, Meirelles não confirmou nem desmentiu a criação ou aumento de impostos e anunciou que uma Reforma da Previdência será proposta em 30 dias.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralExecutivos brasileirosHenrique MeirellesMercado financeiroMinistério da FazendaPersonalidades

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega