Economia

Grécia pode aceitar resgate; Alemanha segue cética

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a Grécia não cumpriu suas obrigações


	Angela Merkel, chanceler da Alemanha: "antes do referendo, nenhuma negociação a mais sobre o programa de ajuda pode acontecer"
 (Getty Images)

Angela Merkel, chanceler da Alemanha: "antes do referendo, nenhuma negociação a mais sobre o programa de ajuda pode acontecer" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2015 às 12h04.

Atenas/Bruxelas - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, escreveu aos credores internacionais dizendo que a Grécia pode aceitar a oferta de resgate mais recente se algumas condições forem alteradas, mas a Alemanha afirmou que não pode negociar enquanto a Grécia continuar com a decisão de realizar um referendo sobre o acordo.

Em troca da aceitação com condições, o líder esquerdista, que até agora tem pedido que os gregos rejeitem os termos do resgate no referendo planejado para domingo, pediram um empréstimo de 29 bilhões de euros para cobrir todos os pagamentos de serviço de dívida que vencem nos próximos dois anos.

Com filas se formando em caixas automáticos um dia depois de a Grécia se tornar a primeira economia avançada a dar calote no Fundo Monetário Internacional (FMI) e com sinais de que a oferta de notas está ficando baixa, Tsipras está sob crescente pressão política para alcançar um acordo.

Tsipras pediu em carta aos credores, vista pela Reuters, para manter o desconto do imposto sobre valor agregado para ilhas da Grécia, adiar os cortes de gastos com defesa e também a eliminação progressiva do complemento de renda para pensionistas mais pobres.

"Como vocês notarão, nossas alterações são concretas e respeitam totalmente a robustez e credibilidade do projeto do programa geral", escreveu ele.

Os ministros das Finanças da zona do euro vão discutir o pedido grego em teleconferência marcada para às 12h30 (horário de Brasília), mas a reação inicial de ministros e autoridades foi de que a carta contém elementos que os ministros acharão difícil aceitar.

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a Grécia não cumpriu suas obrigações. Ela não excluiu mais negociações, mas descartou iniciá-las enquanto a Grécia avança para realizar o referendo.

"Antes do referendo, nenhuma negociação a mais sobre o programa de ajuda pode acontecer", disse ela.

Não estava claro se o referendo aconteceria depois que o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, indicou na terça-feira que ele poderia ser descartado se um acordo pudesse ser alcançado.

Embora a carta de Tsipras seja datada de 30 de junho, ela chegou após os ministros do Eurogrupo terem encerrado uma teleconferência na terça-feira à noite.

Uma autoridade da UE disse que ela havia sido recebida por volta da meia-noite, quando o resgate internacional do país expirou e quando ele deu calote no pagamento ao FMI.

Mas o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, jogou água fria sobre as esperanças de um rápido avanço, dizendo que a carta chegou tarde demais e que ainda não está claro o que a Grécia deseja. "Ela não deu mais clareza", disse ele, acrescentando que não havia base para negociações sérias com Atenas no momento.

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