Caixa: “estamos considerando R$ 30 bilhões inicialmente mas, temos o Banco do Brasil, os privados, e há possibilidade de novos investidores", disse presidente do banco (Divulgacao)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2016 às 17h21.
A expectativa do governo para novos aportes em financiamentos do Projeto Crescer, que prevê a concessão de projetos de infraestrutura à iniciativa privada, é de R$ 30 bilhões, sendo que R$ 12 bilhões virão do Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) e um montante entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A emissão de debêntures será usada como instrumento de captação de recursos.
De acordo com o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, o volume de recursos disponíveis pode aumentar, de acordo com o interesse de outros bancos.
“Estamos considerando R$ 30 bilhões inicialmente mas, temos também o Banco do Brasil, os bancos privados, e há possibilidade de novos investidores. Então, o volume de recursos disponível é imensurável por conta do apetite dos demais bancos a entrarem nesse negócio. Acreditamos que a qualidade dos projetos, as decisões que o governo federal está tomando para qualificar o processo vão atrair novos investidores e vamos ter condições de ter um volume muito maior”, disse.
O governo anunciou hoje (13) mudanças na forma de financiamento de longo prazo para os projetos de concessão. Na fase das obras, o risco de crédito será assumido pelos bancos, inclusive o BNDES, a Caixa e o Banco do Brasil.
O novo modelo também contará com a participação dos bancos privados e de outras fontes financiadoras, o que, segundo o governo, exigirá projetos bem qualificados e que apresentem taxas de retorno adequadas às condições de captação do mercado.
As garantias do financiamento serão compartilhadas entre credores e debenturistas, para minimizar os riscos dos financiadores de longo prazo. Segundo Occhi, a emissão de debêntures será desburocratizada.
“Qualquer projeto inserido no PPI já pode ter autorização automática para a emissão de debentures. Isso acelera e ajuda na captação desses recursos”, disse.
Empréstimos
Segundo o presidente do Banco do Brasil, Paulo Cafarelli, a principal mudança no modelo de financiamento é que não haverá mais o chamado empréstimo ponte, que era concedido no início da operação para que fosse liquidado no futuro por um empréstimo definitivo.
“Acontece que muitas coisas mudavam no meio do caminho, e tivemos alguns casos que totalizam mais de 4 bilhões de empréstimos feitos que acabaram não se concluindo”, disse. Segundo Cafarelli, o objetivo é que os financiadores do projeto sejam definidos desde o início
A previsão é que seja feita uma fiança bancária por bancos públicos ou privados para garantir o financiamento do início da obra até que o projeto comece a ter lucro.
“A partir do momento que o projeto comece a gerar recebíveis, a fiança deixa de existir. Como temos poucos grandes bancos no Brasil hoje, esse processo acaba fazendo com que os bancos tenham um giro mais rápido, e a rotatividade dessa fiança poderá ser direcionada para outros projetos”, disse Cafarelli.