Economia

Exportações chinesas crescem abaixo do esperado em agosto

Segundo dados da Administração Geral de Alfândegas (AGA), as exportações chinesas aumentaram em agosto 2,7% em relação ao mesmo período de 2011


	Contêineres de importação e exportação:  País é o principal exportador do mundo
 (Robyn Beck/AFP)

Contêineres de importação e exportação:  País é o principal exportador do mundo (Robyn Beck/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2012 às 20h39.

Pequim - As exportações chinesas cresceram abaixo do esperado em agosto, segundo dados oficiais divulgados nesta segunda-feira, o que alimentou a preocupação sobre a segunda economia mundial.

A China é o principal exportador do mundo. Segundo dados da Administração Geral de Alfândegas (AGA), as exportações chinesas aumentaram em agosto 2,7% em relação ao mesmo período de 2011, e atingiram US$ 177,970 bilhões, um ligeiro aumento que contrastou com a alta de 11,3% registrada em junho.

A queda das exportações é ainda mais notável comparada com maio, que teve alta de 11,7%. Recentemente, o governo chinês anunciou uma série de medidas para estimular as vendas ao exterior, incluídas uma série de deduções fiscais.

Além disso, o sistema bancário chinês já esperava promover as exportações ao permitir nos últimos meses uma desvalorização de 1% da moeda nacional, o iuane, em relação ao dólar.

Alguns analistas afirmam que principal causa da diminuição das exportações é a crise da dívida dos maiores parceiros comerciais da China, União Europeia (UE) e Estados Unidos, em primeiro e segundo lugar, respectivamente.

O comércio com a UE caiu 1,9% no primeiro semestre de 2012, em contraste com o ano passado, enquanto as operações com os EUA aumentaram 9,6%, valor muito menor do que os 20% que já atingidos em períodos anteriores.

Aliada com a forte queda nas exportações, as importações caíram em agosto pelo terceiro mês consecutivo e registraram uma baixa de 2,6% em relação ao mês anterior, e o superávit comercial subiu de forma moderada, alcançando US$ 26,660 bilhões, mais de US$ 1 bilhão abaixo de julho.


Estes dados foram revelados um dia depois do anúncio de outros números ruins para a economia chinesa, entre eles a alta de 2% anualizado do índice de preços ao consumidor (IPC) durante agosto e o arrefecimento do crescimento da produção industrial.

Os economistas temem que o aumento da inflação complique a eficiência da aplicação de medidas de estímulo. Para compensar o ritmo lento da produção industrial (8,9% anualizado em agosto, o crescimento mais lento desde maio), o governo pretende investir em novos projetos de infraestrutura.

O presidente Hu Jintao insistiu neste aspecto em seu discurso no Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico realizado neste fim de semana em Vladivostok (Rússia): ''fortalecer o desenvolvimento da infraestrutura é fundamental para promover a recuperação e alcançar um desenvolvimento estável e sustentável''.

''Os governos deveriam dar um papel importante à construção de infraestrutura e aumentar seu financiamento'', acrescentou.

Na última semana, as autoridades chinesas anunciaram que o país investirá 800 milhões de iuanes (US$ 127 milhões) em projetos de infraestrutura, incluídos novas linhas de metrô e de trem. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaComércioComércio exteriorExportações

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação