Economia

CPMF irá integralmente para aposentadorias, diz Levy

Após anunciar o retorno da CPMF, os ministros da Fazenda e do Planejamento anunciaram que o imposto irá integralmente para a União


	O ministro da Fazenda, Joaquim Levy
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2015 às 19h00.

Brasília - Após anunciar o retorno da CPMF entre as medidas para aumento das receitas do governo, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciaram que o imposto irá integralmente para a União.

Segundo eles, o imposto servirá como uma alternativa para cobrir o déficit previsto da previdência. "A CPMF irá integralmente para o pagamento de aposentadorias e será destinada para a Previdência Social", disse Levy.

Com a necessidade de apoio do Congresso para aprovar o retorno do tributo, Barbosa afirmou que o governo está em contato com o parlamento e amanhã terá uma reunião com os líderes da base aliada. O ministro do Planejamento descartou dividir a arrecadação do imposto com Estados e Municípios. "A proposta de elevação temporária da CPMF é travessia para déficit da Previdência", afirmou Barbosa.

A proposta do governo é de que o imposto seja temporário, por quatro anos. "A CPMF será como prevista na lei 9.311, por 48 meses", ressaltou Levy.

Levy ressaltou que o objetivo é que a volta da CPMF "não dure mais do que quatro anos". Segundo ele, não se pode esquecer que é preciso continuar a fortalecer o lado fiscal. "Nós perdemos o grau de investimento porque teve gente que interpretou mal que teríamos três anos de déficit", afirmou.

Ele lembrou que, para 2016, o governo projeta um superávit de 0,7% do PIB, mas disse que esta meta modesta "não pode continuar para a vida toda". Conforme Levy, todas as medidas que têm sido tomadas vão no sentido de equilibrar e fortalecer o quadro fiscal.

"Não podemos deixar o próximo governo começar sem nada", disse, acrescentando que, se a próxima administração quiser, pode revogar a CPMF e nada impede que, se as coisas transcorrerem de maneira mais satisfatória, nada impede que se diminua a CPMF antes.

"Não é por acaso que a gente diz que precisa de uma ponte para chegar numa nova economia, e a gente tem que fazer isso com segurança. Os dois milésimos que vamos pagar a cada sanduíche vão dar energia para a economia", argumentou. "A CPMF se coloca dentro de um quadro de uma disciplina fiscal, do gasto, bastante acentuada, que eu acho que vai continuar."

Segundo o ministro, é importante continuar revendo gastos discricionários, benefícios e subsídios. "Tudo isso vai ao longo do tempo permitir que eventualmente se prescinda da CPMF", revelou, dizendo também que a própria retomada da economia, quando se concretizar, pode se contribuir para isso.

Levy afirmou também que nas últimas duas semanas, desde a apresentação do projeto de orçamento de 2016 com uma previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões, ficou evidente para todos a necessidade de haver um esforço fiscal maior.

"Na época (no final de agosto) foi sugerido que se procurasse dialogar mais com a sociedade para que houvesse pleno entendimento da necessidade desse esforço adicional", explicou. "Agora temos os próximos meses para que se possam converter em realidade essas medidas", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:AposentadoriaCPMFEconomistasImpostosJoaquim LevyMinistério da FazendaMinistério do PlanejamentoNelson Barbosa

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor