Economia

China se torna primeira potência comercial mundial

Trocas comerciais da China ultrapassaram pela primeira vez na história os 4 trilhões de dólares em 2013


	Conteiners em porto na China: superávit comercial foi de 260 bilhões de dólares, 12,8% a mais do que no ano anterior
 (©AFP / Str)

Conteiners em porto na China: superávit comercial foi de 260 bilhões de dólares, 12,8% a mais do que no ano anterior (©AFP / Str)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 15h42.

Pequim - As trocas comerciais da China ultrapassaram pela primeira vez na história os 4 trilhões de dólares em 2013, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira, o que a torna a maior potência comercial global.

Em todo o ano passado, as exportações da segunda maior economia mundial cresceram 7,9%, para US$ 2,2 trilhões, e as importações 7,3%, para 1,9 trilhão, de acordo com dados do Serviço Alfandegário chinês.

O superávit comercial foi de 260 bilhões de dólares, 12,8% a mais do que no ano anterior.

No total, os intercâmbios comerciais aumentaram para 4,16 trilhões de dólares, um aumento de 7,6% em relação ao ano anterior, mas abaixo da meta de 8% do governo.

No entanto, estes são os melhores resultados da história e confirmam um giro geoeconômico, tornando a China a maior potência comercial do mundo de bens, excluindo os serviços.

De acordo com indicadores de fevereiro passado, a China já teria alcançado a posição dos Estados Unidos em 2013, mas as alfândegas disseram que, devido ao uso de diferentes métodos para calcular, a mudança ocorreu pela primeira vez em 2013, embora os dados finais americanos ainda não tenham sido publicados.

"É muito provável que a China tenha ultrapassado os Estados Unidos para se tornar a maior potência comercial de bens ainda em 2013, pela primeira vez", declarou o porta-voz do Serviço Alfandegário, Zheng Yuesheng.

A União Europeia (UE) confirmou a sua posição de maior parceira comercial da China, seguida por Estados Unidos, pelos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Hong Kong e Japão.

Somente UE, Estados Unidos e Japão absorvem 33,5% do comércio exterior da China, embora as exportações para estes mercados tenham diminuído 1,7% no ano passado, refletindo o aumento do comércio com as economias emergentes.


Da mesma forma, o comércio entre a China e a América Latina e o Caribe multiplicou entre 2000 e 2012, com um saldo negativo para a região, segundo a CEPAL.

"Em geral, as condições para o crescimento do comércio em 2014 parecem melhores do que em 2013", disse Zheng, citando melhorias na demanda internacional e a situação econômica interna.

No entanto, em dezembro, o superávit comercial da China caiu 17,4% em relação ao mesmo mês de 2012, para 25,6 bilhões.

Ele também foi muito inferior ao registrado em novembro, chegando a 33,8 bilhões, enquanto as exportações subiram 4,3% em dezembro, para 207,7 bilhões.

O economista do banco francês Société Générale em Hong Kong, Yao Wei, considerou que o melhor resultado das importações é um sinal positivo.

A economia do gigante asiático desacelerou no primeiro semestre do ano, mas começou a se recuperar no segundo semestre.

Um relatório do governo do mês passado, citado pela imprensa, fala de um crescimento de 7,6% do PIB em 2013, abaixo dos 7,7% em 2012, que foi o pior resultado em 13 anos.

Wendy Chen, economista do banco Nomura International, com sede em Xangai, disse à AFP que "o crescimento econômico atingiu um pico no terceiro trimestre, antes de cair no quarto".

"É possível que a tendência siga em queda no primeiro semestre do ano", alertou.

O presidente Xi Jinping - que tomou posse em março, depois de se tornar o chefe do Partido Comunista em novembro de 2012 - pretende transformar a economia para que a demanda doméstica seja o principal pilar do crescimento, em vez do investimento público.

A moeda chinesa, o yuan, voltou a valorizar a mais de 3% em relação ao dólar no ano passado, alcançando recordes desde que Pequim lançou seu moderno mercado cambial em 1994.

A valorização acontece apesar das preocupações sobre a situação econômica, embora pareça que a pressão americana tenha surtido efeito.

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