Economia

Renda média do 1% mais rico cresce 10% e passa de R$ 18 mil

Dados do IBGE divulgados hoje mostram também que 62,1% dos brasileiros ocupados são empregados, 20,8% trabalham por conta própria e apenas 3,8% são empregadores


	Bandeira do Brasil: contingente de desocupados caiu 7,2% em 2012
 (Getty Images)

Bandeira do Brasil: contingente de desocupados caiu 7,2% em 2012 (Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 11h13.

São Paulo - Os dados do PNAD 2012 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgado hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram como se define o 1% brasileiro.

Entre os 1% com os rendimentos de trabalho mais elevados, a renda média foi de R$ 18.889 em 2012, ante R$ 17.048 em 2011 - um crescimento de 10,8%.

Já o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas entre os 10% com rendimentos mais baixos foi de R$ 202,00 em 2011 e subiu para R$ 215,00 em 2012 - aumento de 6,4%.

O rendimento dos mais ricos foi, portanto, 87 vezes maior do que o dos mais pobres em 2012, contra uma relação de 84 vezes em 2011.

O Índice Gini de rendimento do trabalho, no entanto, manteve a tendência de queda e foi de 0,501 para 0,498. O valor vai de 0 (perfeita igualdade) até 1 (desigualdade máxima).

O Índice Gini do rendimento médio mensal real de todas as fontes continuou em 0,507. O Índice Gini do rendimento domiciliar caiu ligeiramente, de 0,501 para 0,500.

O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos de pessoas de 15 anos ou mais foi de R$ 1.507 em 2012, um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior. O crescimento maior foi entre os trabalhadores domésticos com carteira assinada: 10,8%. 

Em termos proporcionais, o rendimento das mulheres foi o equivalente a 72,9% dos homens, uma ligeira piora em relação aos 73,7% de 2011.


PEA

De um total da população em idade economicamente ativa de 100,1 milhões, 65,9% estavam na força de trabalho em 2012, uma ligeira queda em relação aos 66,2% de 2011.

Enquanto isso, caiu em 156 mil pessoas o contingente de crianças e adolescentes que trabalham. A taxa de ocupação das pessoas de 5 a 17 anos de idade foi de 9,8% em 2009 para 8,6% em 2011 e 8,3% em 2012.

Isso equivale atualmente a 3,5 milhões de trabalhadores - a vasta maioria (3 milhões) na faixa entre os 14 e 17 anos.

Emprego

62,1% dos brasileiros ocupados são empregados, 20,8% trabalham por conta própria e 6,8% são trabalhadores domésticos. Apenas 3,8% dos brasileiros ocupados são empregadores, o equivalente a 3,6 milhões de pessoas.

O restante é de trabalhadores não remunerados, que produzem para o próprio consumo ou na construção para próprio uso.

1,1 milhão de novos empregos foram criados com carteira de trabalho assinada no setor privado em 2012, um crescimento de 3,2% que levou o total para 35 milhões. 


Já o contingente de pessoas "desocupadas", aquelas sem trabalho mas que tomaram providência efetiva para conseguir um, foi de 6,2 milhões em 2012 - uma queda de 7,2% em relação ao ano anterior. Deste total, 57,8% são de mulheres e 59,9% são de pretos e pardos.

Setores

Os setor de serviços lidera de longe entre os que mais empregam, responsável por 45,2% dos ocupados, seguido pelo comércio e reparação, com 17,8%. 

As atividades agrícolas perderam 5,4% do seu contingente de trabalhadores de 2011 para 2012 - o equivalente a 756 mil pessoas.

Enquanto isso, a construção manteve sua trajetória de crescimento e ganhou 435 mil novos trabalhadores em 2012, chegando a um total de 8,2 milhões.

O maior crescimento, no entanto, foi o da indústria, que aumentou sua participação na população ocupada de 13,5% em 2011 para 14% em 2012.

Acompanhe tudo sobre:DesempregoDistribuição de rendaEmprego formalEmpregosEstatísticasIBGEMercado de trabalhoNível de empregoPNADRenda per capitarenda-pessoalTrabalho infantil

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor