Economia

Nomura: Selic pode cair para até 7% com mudança na poupança

O governo vai anunciar hoje uma nova regra para cálculo do rendimento da poupança

Reunião do Copom: “mudando a regra da poupança, o juro não tem mais chão”, disse Tony Volpon, diretor de pesquisa para América Latina da Nomura Securities (Agência Brasil)

Reunião do Copom: “mudando a regra da poupança, o juro não tem mais chão”, disse Tony Volpon, diretor de pesquisa para América Latina da Nomura Securities (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 10h45.

São Paulo - Uma eventual concretização das expectativas de mudança das regras da caderneta de poupança pode levar a taxa básica a cair para até o patamar de 7 por cento, disse Tony Volpon, diretor de pesquisa para América Latina da Nomura Securities.

“Eu não acho que a Dilma vai querer pagar um custo político com a aprovação da mudança no Congresso, que deve ser elevado, para cortar o juro em apenas meio ponto”, disse Volpon em entrevista por telefone de Nova York hoje. ”Deve ter uma avaliação no governo de que o juro poderia cair muito mais. Seria bastante possível vermos a Selic no patamar de 7 por cento.”

O governo vai anunciar hoje uma nova regra para cálculo do rendimento da poupança, segundo uma autoridade do governo a par das discussões. As mudanças na poupança foram discutidas ontem na reunião entre a presidente Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega, disse a autoridade, que pediu anonimato porque o assunto ainda não é público.

“Mudando a regra da poupança, o juro não tem mais chão”, disse Volpon.

Segundo o diretor da Nomura, o “mais preocupante” é que o mercado de crédito está passando por uma piora mais rápido do que se pensava. Este poderia ter sido o motivo para o BC ter decidido na ata da última decisão do Comitê de Política Monetária retirar a sinalização de que haveria um piso para o corte de juros, disse o economista.

“Algumas modalidades, como o crédito de automóveis, estão enfrentando uma inadimplência inesperada”, disse ele. “Com uma implosão no crédito, poderíamos ter um juro muito abaixo do ponto neutro. Podemos estar em um ajuste do primeiro grande ciclo de crédito do Brasil, que levou o crédito a dobrar de 25 por cento do PIB para 50 por cento”.

Volpon ainda mantém a previsão de uma Selic caindo para até 8,5 por cento este ano, antes da confirmação das novas regras da poupança.

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