Economia

Nigéria aceita limitar produção de barris petróleo

Ministros da Opep disseram que o pacto de redução da oferta de petróleo poderia ser prolongado para além do primeiro trimestre do próximo ano

Acordo: atual acordo vai até março de 2018 (Thinkstock/Thinkstock)

Acordo: atual acordo vai até março de 2018 (Thinkstock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de julho de 2017 às 09h51.

São Paulo - A Nigéria aceitou limitar a sua produção de petróleo em 1,8 milhão de barris por dia, em decisão tomada durante a reunião de monitoramento do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em São Petersburgo, na Rússia.

Ministros de Energia da Opep e de outros grandes produtores disseram, durante o encontro, que o pacto de redução da oferta de petróleo poderia ser prolongado para além do primeiro trimestre do próximo ano, caso necessário. O atual acordo vai até março de 2018. Em 21 de agosto, ocorrerá outra reunião de monitoramento do pacto, enquanto em novembro ocorrerá um novo encontro da Opep, que poderá ser decisivo para uma eventual extensão nos cortes. Para o ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al Mazroui, a Opep obrigatoriamente terá que discutir um prolongamento da redução na oferta em novembro.

O ministro de Energia da Arábia Saudita,Khalid al-Falih, afirmou que o reino saudita cortou a produção de petróleo "bem acima do requerido" no acordo e disse que o país informou seus clientes sobre um "profundo corte" nas exportações de petróleo em agosto. Maior exportador de petróleo do mundo, a Arábia Saudita também anunciou que iria além de cortar sua produção e também limitaria suas exportações em 6,6 milhões de barris por dia. Falih comentou que queria que outros países seguissem o exemplo, ressaltando pesquisas que mostraram que alguns países ainda estavam exportando grandes quantidades de petróleo.

Em junho, segundo o relatório da Opep divulgado no início deste mês, houve uma forte expansão na produção saudita, que avançou 51,3 mil barris por dia, para 9,950 milhões de barris por dia, ultrapassando o limite anteriormente acordado. Para Falih, "é preciso que a saída do acordo, em 2018, seja suave e não atinja os mercados. Estamos olhando além de março do ano que vem". Falih ainda disse que, na reunião, cortes mais profundos não foram discutidos e que o comitê de monitoramento encontrará o caminho para corroborar a conformidade, usando dados de exportação.

Para o comitê, "o mercado de petróleo está fazendo progressos constantes e significativos em direção ao reequilíbrio", com o fortalecimento contínuo da recuperação global em andamento e a estabilidade no mercado de petróleo sendo o principal determinante. O comitê disse, ainda, que reconhece as limitações da Líbia e da Nigéria quanto à sua produção e disse que continuará a monitorar e recomendar novas ações, "inclusive a realização de uma conferência extraordinária dos 24 países produtores, se necessário". A Opep agradeceu a flexibilidade da Nigéria quanto a uma limitação de sua oferta em 1,8 milhão de barris por dia. Em junho, 1,733 milhão de barris de petróleo por dia foram produzidos em solo nigeriano.

Segundo o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, a Líbia tem como alvo produzir 1,25 milhão de barris por dia até dezembro, "o que continua sendo um alvo devido aos desafios". Em junho, segundo o cartel, o país produziu 852 mil barris por dia. De acordo com a consultoria S&P Global Platts, a produção atual de petróleo em solo líbio está em 1,069 milhão de barris por dia. (Com Dow Jones Newswires)

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