Comissão especial: Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara, considerou que a potência fiscal pedida pelo governo foi atingida em 90% (Luis Macedo/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de junho de 2019 às 14h31.
Última atualização em 18 de junho de 2019 às 15h59.
Brasília - A necessidade de um esforço de fiscal de R$ 1 trilhão em dez anos centraliza o debate entre parlamentares contrários e favoráveis à reforma da Previdência em discussão na Comissão Especial.
Para o deputado Aliel Machado (PSB-PR), sem a capitalização no texto final, não existiria mais a necessidade de uma economia de R$ 1 trilhão em dez anos. "Cai o argumento e o apelo do governo por essa economia. Então podemos avançar em relação às dificuldades e pressões que temos aqui", acrescentou.
Segundo Machado, a proposta de extinção do repasse de 40% do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o BNDES, incluída pelo relator no texto, preocupa. "Tenho preocupação com relação aos investimentos", completou.
Já o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), considerou que a potência fiscal pedida pelo governo foi atingida em 90%. "Isso para nós é uma grande conquista. Vamos tentar construir um consenso para sanar a retirada precoce da capitalização do texto", argumentou.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), elogiou o relatório do seu colega de partido. "Se a proposta do ex-presidente Michel Temer tivesse sido aprovada, teríamos uma economia de cerca de R$ 500 bilhões, e o relatório de Moreira traz quase R$ 1 trilhão em dez anos", apontou.
Sampaio ainda fez um apelo pelo apaziguamento entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que trocaram farpas sobre o relatório de Moreira na última sexta-feira, 14. "Guedes e Maia são os fiadores dessa reforma e faço votos de que voltem a trilhar o mesmo caminho em defesa do relatório", completou.
O deputado Capitão Wagner (PROS-CE), alegou que o relatório de Moreira deixou os policiais militares em situação pior do que estão hoje, ao estabelecer que caberá aos governos estaduais definirem as alíquotas de contribuição das categorias. "Queremos um tratamento isonômico em relação aos demais profissionais de segurança", completou.
O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) voltou a chamar a reforma da Previdência de catástrofe. "Não há possibilidade de melhorar esse projeto, porque ele tem um problema na raiz. Os ricos não estão sendo chamados a darem sua cota de sacrifícios", atacou.
Em duas horas de sessão, 12 parlamentares já fizeram o uso da palavra. A lista de inscritos conta com 155 deputados, sendo 64 para falar a favor da reforma e 91 para falar contra a medida. Além disso, os cerca de 30 líderes partidários também têm direito a fala. A expectativa é de que o debate dure por diversas sessões.