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“Não há sobre-endividamento, isso é um mito”, afirma Octávio de Barros

Recente mudança no câmbio perturba a atividade econômica, segundo o economista-chefe do Bradesco

Dentre as famílias endividadas, 6,89% sentem que não terão como pagar suas contas, segundo Octávio de Barros (Germano Lüders/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2012 às 09h52.

São Paulo – O sobre-endividamento das famílias brasileiras é um mito, segundo Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco. Para o economista, a mudança no mix de consumo das famílias está sendo equivocadamente confundida com endividamento. “Seguro de vida individual, seguro de automóvel, celular, tudo isso foi consumindo renda das pessoas, não é dívida”, disse hoje durante o evento ‘Cenário do Mercado de Crédito em 2012’, realizado pela revista EXAME, em São Paulo.

Para o economista, as pessoas estão compromissadas com novas despesas, não necessariamento endividadas. A exceção são os consumidores que financiaram veículos, especialmente em 2010. “O grosso da inadimplência, quase metade, está em veículos, e no segmento que financiou sem entrada em 60 meses”, afirmou.

Dentre as famílias endividadas, 6,89% sentem que não terão como pagar suas contas, segundo o economista. “A relação crédito/pessoa física em relação ao PIB ainda é baixa, tem potencial de crescimento", afirmou.

Para Octávio de Barros, se o PIB crescer 3% esse ano, “está no lucro”. A expectativa para 2013 e 2014 é de um crescimento de 4,5%. “O PIB potencial do Brasil, como no mundo inteiro, diminuiu, por conta dessa crise global”, afirmou. Por outro lado, Octávio de Barros não vê um esgotamento no crescimento da taxa de consumo das famílias.

Câmbio

Se o sobre-endividamento não é tão preocupante, a situação é diferente na recente valorização do dólar frente ao real. “Nesse momento a volatilidade do câmbio perturba a atividade econômica”, afirmou Octávio de Barros.

A subida do câmbio engordou em 50 bilhões de reais o passivo das pessoas juridicas no brasil, segundo o economista – e 70% das empresas não financeiras que tem alguma dívida em dólar não fazem hedge. “Para mim, isso (subida do câmbio) pode vir a restringir um pouco mais a capacidade de investimento dessas empresas e comprimir a margem delas”, afirmou.

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São Paulo – O sobre-endividamento das famílias brasileiras é um mito, segundo Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco. Para o economista, a mudança no mix de consumo das famílias está sendo equivocadamente confundida com endividamento. “Seguro de vida individual, seguro de automóvel, celular, tudo isso foi consumindo renda das pessoas, não é dívida”, disse hoje durante o evento ‘Cenário do Mercado de Crédito em 2012’, realizado pela revista EXAME, em São Paulo.

Para o economista, as pessoas estão compromissadas com novas despesas, não necessariamento endividadas. A exceção são os consumidores que financiaram veículos, especialmente em 2010. “O grosso da inadimplência, quase metade, está em veículos, e no segmento que financiou sem entrada em 60 meses”, afirmou.

Dentre as famílias endividadas, 6,89% sentem que não terão como pagar suas contas, segundo o economista. “A relação crédito/pessoa física em relação ao PIB ainda é baixa, tem potencial de crescimento", afirmou.

Para Octávio de Barros, se o PIB crescer 3% esse ano, “está no lucro”. A expectativa para 2013 e 2014 é de um crescimento de 4,5%. “O PIB potencial do Brasil, como no mundo inteiro, diminuiu, por conta dessa crise global”, afirmou. Por outro lado, Octávio de Barros não vê um esgotamento no crescimento da taxa de consumo das famílias.

Câmbio

Se o sobre-endividamento não é tão preocupante, a situação é diferente na recente valorização do dólar frente ao real. “Nesse momento a volatilidade do câmbio perturba a atividade econômica”, afirmou Octávio de Barros.

A subida do câmbio engordou em 50 bilhões de reais o passivo das pessoas juridicas no brasil, segundo o economista – e 70% das empresas não financeiras que tem alguma dívida em dólar não fazem hedge. “Para mim, isso (subida do câmbio) pode vir a restringir um pouco mais a capacidade de investimento dessas empresas e comprimir a margem delas”, afirmou.

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