Economia

Liquidez recorde no mercado internacional beneficia Brasil em 2006

Além de beneficiar as exportações brasileiras, que já crescem 26% em 2005, forte demanda estrangeira por bens, serviços e investimentos ajudará o Brasil a crescer no ano que vem

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.

O bom momento vivido atualmente pela economia brasileira sobreviverá à mudança de ano e irá contagiar 2006. "[2005] é o ano de melhor liquidez no mercado financeiro mundial dos últimos 25 anos", afirma Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Se o fundo acertar em sua previsão, a economia mundial crescerá em 2006 no mesmo patamar que neste ano: 4,3%. "Esse contexto de liquidez internacional beneficia e continuará beneficiando o Brasil."

A alta demanda internacional por investimentos, bens e serviços somada ao compromisso do governo com a melhora de indicadores fiscais aquece as exportações e cria uma boa imagem sobre os negócios no Brasil, segundo Barros. Além disso, nenhuma novidade no cenário interno nem no externo cujo "risco já não tenha sido inventariado" surgiu nos últimos tempos.

A despeito de o Brasil manter a taxa de juros mais alta do mundo, a economia brasileira manterá, em 2006, o ritmo de crescimento deste ano, projetado em 3,5%. "Crescer 4% deixou de ser um desafio para o país", diz Barros. Nos próximos cinco anos, a economia brasileira crescerá aproximadamente 4% ao ano, segundo o Departamento de Pesquisa e Análise Macroeconômica do Bradesco. Barros justifica seu otimismo apresentando alguns números, como a queda do desemprego ao mais baixo patamar dos últimos cinco anos a previsão indica que a taxa de desemprego fechará 2005 em 9,7% ; ao incremento da massa salarial em 4,3% neste ano e em 4,6% no próximo ano; ao crescimento das exportações que ultrapassa os 26% e do financiamento que, no caso de crédito para pessoa física, cresceu 39% nos últimos 12 meses.

Para o economista, o que falta ao país é aumentar os prazos da "previsibilidade macroeconômica" que sustenta a tomada de decisões das empresas. O problema é que isso só deve ocorrer com a concretização de grandes reformas, como a do sistema tributário e a de redução do déficit previdenciário, o que não deverá ocorrer no atual governo pela falta de condições de aprovação no Congresso Nacional e pela aproximação das eleições de 2006.

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