Economia

Qualidade das instituições públicas afeta competitividade do Brasil

Piora nos índices de qualidade das instituições públicas nacionais leva a deslocamento do país para a 65ª colocação em ranking do Fórum Econômico Mundial, ampliado neste ano de 104 para 117 economias

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h46.

Mais uma vez, o Brasil perdeu posições no ranking internacional de competitividade. Assim como ocorreu em 2003 e 2004, o país foi diagnosticado como uma região em que vários fatores prejudicam a força de a economia competir no mercado global.

No ranking 2005, o Brasul passou de 57º para 65º lugar no ranking do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) em função de uma forte deterioração do índice que mede a qualidade das instituições públicas nacionais. A quantidade de países classificados não é fixa, o que também afetou o resultado. Nesta edição, a 25ª, 117 países foram analisados, ante 104 na edição passada. O levantamento é produzido pelo Fórum Econômico .

Pelo terceiro ano consecutivo, a Finlândia obtém o melhor Índice de Crescimento Competitivo (ICC), seguida por Estados Unidos e Suécia. O ICC combina macroeconomia, instituições públicas e inovação tecnológica.

O ranking combina dados econômicos de domínio público com pesquisas de opinião. Realizada no Brasil pela Fundação Dom Cabral e pelo Movimento Brasil Competitivo, a pesquisa adotou as opiniões de 212 executivos de 190 empresas como termômetro do sentimento do setor privado sobre a competitividade nacional.

E foi justamente o resultado da parte qualitativa do levantamento, além de mais uma alteração do universo de economias cobertas, que determinou a maior parte do recuo. Segundo o WEF, o índice de instituições públicas, o principal motivo da queda da performance brasileira, é exclusivamente composto por dados provenientes da Pesquisa de Opinião Executiva, cujos dados foram coletados entre janeiro e maio de 2005 (mês em que estourou o escândalo do mensalão).

Os escândalos, explica a entidade, tiveram um efeito duplo: minaram a confiança dos empresários e desviaram a atenção do Legislativo da agenda necessária para preparar o país para os desafios da concorrência internacional (leia reportagem de EXAME sobre os riscos de paralisia do Congresso).

O Brasil é o 79º em ambiente macroeconômico (era 80º no ano passado), 70º em instituições públicas (era 50º), 50º em tecnologia (42º). A colocação para sofisticação das práticas operacionais e estratégias empresariais é boa, 32º. Mas o país é o último colocado dos 117 países nos quesitos "extensão e efeitos da tributação" e "eficiência do sistema tributário", é o 115º pelo critério de spreads bancários praticados e o 111º pelo tamanho dos desperdícios nos gastos públicos.

A melhor colocação, 8ª, foi obtida na variável "taxa de câmbio real efetiva", seguida de "custos decorrentes do terrorismo para os negócios", em que o país ficou em 13º (era o 2º no ranking do ano passado). Nos últimos três rankings, o país recuou bastante em outro item em que chegou a brilhar. Em 2003, foi o 2º em transferência de tecnologia, caiu para 17º ano passado e, desta vez, para a 31ª colocação.

Nórdicos

Os países nórdicos mantêm a tradição e conservam-se entre as economias mais competitivas do planeta. Finlândia (1º), Suécia (3º), Dinamarca (4º), Islândia (7º) e Noruega (9º) "desafiam o senso comum", diz o relatório do WEF, de que impostos altos e sistemas tributários complexos minam a competitividade. Para a entidade, a experiência dessas nações sugere que é mais importante examinar como são gastas as receitas públicas do que a carga tributária em si.

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