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Nonô tem mais condição de obter consenso, diz líder do PSDB

Para líder tucano no Senado, a eleição para presidente da Câmara vai definir quem tem maioria na Casa

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h36.

A paralisia da Câmara dos Deputados está com os dias contados. Ao menos, é assim que um senador interpreta a conseqüência imediata da eleição do novo presidente da Casa, na próxima quarta-feira. Para Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado, a eleição servirá para definir claramente quem tem, afinal de contas, maioria na Casa. "Hoje nenhum grupo pode dizer que tem maioria na Câmara", diz. "O Senado funciona muito bem, graças à oposição, que acabou aglutinando 47 dos 81 votos." Segundo o parlamentar, há meses que o governo não consegue reunir 30 votos no placar eletrônico do Senado.

Na Câmara, a situação não é melhor para o governo. A agenda legislativa está praticamente congelada desde a eleição de Severino Cavalcanti. Agora, a candidatura de Aldo Rebelo (PC do B), ex-ministro de Coordenação Política de Lula, sofre o risco de ser isolada por uma aliança entre Michel Temer (PMDB, ala oposicionista) e José Thomás Nonô (PFL, presidente em exercício da Câmara, depois da renúncia de Severino Cavalcanti).

"O Aldo é uma figura excelente, correta", afirma Virgílio. "Não é ele que está em jogo. Trata-se apenas de perguntar em quem os cassáveis [os deputados que correm o risco de perder o mandato por quebra do decoro parlamentar] vão votar." O deputado do PC do B foi testemunha de defesa no processo de cassação do mandato de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil. Para o senador, o instinto de preservação do Legislativo vai impedir que o candidato do Planalto vença a eleição daqui a dois dias.

O melhor candidato, diz Virgílio, é Nonô. "Ele tem posições objetivas, conhece o regimento, foi firme na cassação de Roberto Jefferson, e vai construir consenso no segundo turno da votação."

Meio-de-campo

Virgílio não descarta uma candidatura de Lula à reeleição, destinada apenas a reduzir os danos que fragilizam o PT. O raciocínio do senador é que o presidente pode lançar-se à disputa consciente da impossibilidade de reeleger-se, simplesmente na tentativa de levar com seus votos o maior número possível de parlamentares e governadores ao poder. Para Virgílio, Lula é nome certo para o segundo turno.

"Se ele não se candidatar por isso [para ajudar o PT], então é porque está se iludindo", diz Virgílio. "Fernando Henrique Cardoso era impopular quando faltava pouco mais de um ano para a eleição de 1998, e mesmo assim tinha mais de 50% de aprovação naquela altura". As pesquisas mais recentes indicam que o eleitorado de Lula não se amplia mais muito além dos 35%.

Arthur Virgílio participou de teleconferência promovida pela consultoria Tendências nesta segunda-feira (26/9).

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