Economia

Moody's prevê deterioração financeira na América Latina

De acordo com a agência, os países que serão mais afetados pelo aumento da carga da dívida soberana no próximo ano serão Brasil, Equador e Argentina

Moody's: agência diz que, devido às perspectivas de seus indicadores de dívida, Brasil, Colômbia e Costa Rica são os governos com o menor espaço fiscal relativo da região (Emmanuel Dunand/AFP)

Moody's: agência diz que, devido às perspectivas de seus indicadores de dívida, Brasil, Colômbia e Costa Rica são os governos com o menor espaço fiscal relativo da região (Emmanuel Dunand/AFP)

E

EFE

Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 15h27.

Washington - A situação financeira dos países latino-americanos seguirá experimentando uma deterioração nos próximos dois anos devido à piora da dívida pelas crises de 2015 e 2016 na região, segundo um relatório da agência de qualificação de risco Moody's publicado nesta quarta-feira.

"Prevemos que a piora da dívida e das taxas de juros limitarão a capacidade dos países da América Latina para responder diante de possíveis novas crises na medida em que perdem espaço fiscal", afirmou o vice-presidente adjunto da Moody's, Renzo Merino, em um comunicado.

De acordo com a agência, os países que serão mais afetados pelo aumento da carga da dívida soberana no próximo ano serão Brasil, Equador e Argentina, e os que terão o maior aumento de sua taxa de juros são Colômbia, Argentina e Equador.

Além disso, segundo a Moody's, devido às perspectivas de seus indicadores de dívida, Brasil, Colômbia e Costa Rica são os governos com o menor espaço fiscal relativo da região.

Assim mesmo, Paraguai, Chile e Peru "também experimentarão uma deterioração de seus índices da dívida soberana para 2019, ainda que devem continuar mantendo níveis relativamente altos de espaço fiscal", acrescentou Merino.

"Estimamos que os níveis da dívida sejam, em média, nove pontos percentuais mais altos em relação ao PIB em 2018 e 2019 em comparação com 2013 e 2014, enquanto que os pagamentos de juros consumirão dois pontos percentuais adicionais dos investimentos", advertiu Merino.

A Moody's apontou a redução dos investimentos por exploração de matérias-primas como o principal motivo do aumento das taxas de juros.

Apesar de diversos governos da região terem tomado medidas para incrementar seus investimentos fiscais, o aumento nos custos de financiamento põe em risco o sucesso de tais políticas, avaliou a agência.

A instituição também indicou que o aumento nas taxas de juros em nível internacional encarecerá a opção dos países da região de comparecerem aos mercados internacionais para refinanciar suas dívidas.

Diante desta perspectiva, a Moody's destacou que é importante que os governos latino-americanos concentrem seus esforços na consolidação fiscal com o objetivo de frear "a deterioração" dos indicadores de dívida soberana.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrescimento econômicoMoody's

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor