Ministro da Fazenda de Bolsonaro defende privatizar tudo
O economista ultraliberal também ataca a isenção de impostos para alguns setores da economia ao defender que nenhuma alíquota no Brasil seja maior que 20%
Ligia Tuon
Publicado em 25 de fevereiro de 2018 às 14h46.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2018 às 15h05.
São Paulo - Paulo Guedes, possível Ministro da Fazenda, caso Jair Bolsonaro seja eleito presidente, defende uma grande venda de patrimônio pelo governo para reduzir o tamanho da dívida pública. Em outras palavras, "privatizar tudo", como ele disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo deste sábado, 25. "(...) o governo federal tem que economizar. Onde? Na dívida. Se privatizar tudo, você zera a dívida", disse o fundador e ex-sócio do BTG Pactual.
Guedes defende que qualquer estatal é privatizável. "Por que não pode vender os Correios? Por que não pode vender a Petrobras? (...) Por que uma empresa que assalta o povo brasileiro tem que continuar na mão do Estado?", disse.
Apesar de admitir à reportagem do jornal que o setor privado também pode ser corrompido, como no caso da Odebrecht, o economista considera o caso das estatais mais grave. "Já viu alguém do Bradesco corromper alguém do Itaú? O privado não corrompe o privado, quando corrompe é preso".
Impostos
Uma drástica redução tributária também está entre os planos de Guedes, caso venha a liderar a equipe econômica brasileira. "Tem que reduzir drasticamente o número de impostos, são 54, quando você soma as contribuições. Tem que cair para 8, ou 10 no máximo", diz.
O economista também ataca a isenção de impostos para alguns setores da economia ao defender que nenhuma alíquota no Brasil seja maior que 20%: "Em vez de ter o isento e o de 37%, vamos para o 20%? Paga todo mundo". Ao ser questionado sobre os impostos que poderiam ser reduzidos, ele lista: Imposto de Renda, IPVA, IPTU, "poucas coisas".