Economia

Mineradoras em Moçambique não beneficiam população, diz estudo

Entre as empresas que exploram enormes reservas no país está a brasileira Vale

Em 2004, a Vale se tornou a primeira mineradora internacional a conseguir uma concessão no país: "é quase inexistente a participação de empresários locais", diz o estudo (Gianluigi Guercia/AFP)

Em 2004, a Vale se tornou a primeira mineradora internacional a conseguir uma concessão no país: "é quase inexistente a participação de empresários locais", diz o estudo (Gianluigi Guercia/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 11h59.

Maputo - As empresas de mineração estrangeiras que extraem carvão em Moçambique, entre elas a Vale, não trazem benefício à população local, enquanto exploram as enormes reservas, segundo um estudo publicado nesta sexta-feira pelo Observatório dos Recursos do Sul da África (SARW).

"Apenas as empresas estrangeiras se beneficiam do fornecimento de serviços e produtos. É quase inexistente a participação de empresários locais", completou o estudo sobre as atividades extratoras das empresas Vale e Rio Tinto.

Em 2004, a Vale se tornou a primeira empresa mineira internacional a conseguir uma concessão em Moçambique.

Em 2011, a empresa abriu sua mina em Moatize (noroeste), unindo-se à australiana Rio Tinto na exploração das reservas carboníferas do país africano.

"Muitas das companhias envolvidas em fornecer serviços a esses grandes projetos vêm do Brasil e da África do Sul. Segundo os maçambicanos, quase tudo o que essas empresas utilizam é importado, desde comida até materiais de construção", revelou o estudo.

As reservas carboníferas foram muito pouco exploradas desde a independência de Portugal em 1975. Uma guerra civil de 1977 a 1992 devastou a economia e destruiu a infraestrutura.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasIndústriaMineraçãoMinériosSiderúrgicasVale

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor