Economia

Metalúrgicos questionam postura de Mantega sobre GM

Ao lado do diretor da General Motors, Luiz Moan, o ministro afirmou, nesta terça-feira, que o setor está cumprindo sua parte na manutenção do nível de ocupação

Guido Mantega: de acordo com manifestação do sindicato e da Conlutas, as declarações do ministro "contrariam dados do próprio governo" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Guido Mantega: de acordo com manifestação do sindicato e da Conlutas, as declarações do ministro "contrariam dados do próprio governo" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 16h43.

São Paulo - O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e a Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas) criticaram as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a situação dos empregos no setor automotivo. Ao lado do diretor da General Motors, Luiz Moan, o ministro afirmou, nesta terça-feira, que o setor está cumprindo sua parte na manutenção do nível de ocupação e que a GM está com saldo positivo de empregos. "O ministro diminui a si próprio, assumindo o papel de mero porta-voz da GM", disse em nota o sindicato e da central.

De acordo com manifestação do sindicato e da Conlutas, as declarações de Mantega "contrariam dados do próprio governo". Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) baseado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que a montadora já fechou 1.044 postos de trabalho só na planta de São José dos Campos entre julho de 2011 e junho de 2012.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região disse que o ministro desconsiderou não só os números do Caged, como também a realidade dos trabalhadores da montadora em São José dos Campos. "Caso o governo federal prossiga com a postura de mero espectador, esses números poderão dar um salto ainda maior", disse a nota. O sindicato alega ainda que Mantega "não se dignou a receber a representação dos trabalhadores para ouvir o ponto de vista" e pede uma audiência com o governo.


Junto com a Conlutas, o sindicato argumenta que a manutenção de postos de trabalho é papel do governo federal "principalmente quando este mesmo governo beneficia as indústrias com bilhões de reais do dinheiro público, repassados em forma de isenção fiscal", em referência à desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O benefício vale até o fim de agosto.

Produção para em protesto

Os trabalhadores da General Motors de São José dos Campos pararam por uma hora a produção nesta terça-feira em mobilização pela defesa do emprego. A paralisação foi aprovada em assembleia e as linhas de produção voltaram a operar às 6h50. O dia de hoje, conhecido como Dia Nacional de Luta, consta no calendário das mobilizações dos servidores federais.

A próxima reunião entre a GM e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região está marcada para sábado, ainda sem local e horário definidos. As duas partes devem apresentar propostas para avançar na negociação.

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