Economia

Mesmo sem apoio entre credores, dívida argentina tem chance de ser revista

País tem uma dívida de 65 bilhões de dólares com o fundos internacionais, que está em negociação

Peso argentino e dólar: país tenta reestruturar dívida com credores (Enrique Marcarian/Getty Images)

Peso argentino e dólar: país tenta reestruturar dívida com credores (Enrique Marcarian/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 9 de julho de 2020 às 10h20.

Última atualização em 9 de julho de 2020 às 10h20.

Analistas mantinham a fé de que a Argentina será capaz de fechar um acordo de dívida com seus credores nesta quinta-feira, depois que os mais influentes grupos de detentores minimizarem a oferta "final" do governo, considerando-a apenas um bom ponto de partida.

Os grupos Ad Hoc e Exchange, que detêm quase um terço dos 65 bilhões de dólares em dívidas que a Argentina deseja reestruturar, disseram que, embora não aceitassem a última proposta, ela forneceu uma base para "engajamento construtivo".

O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, que liderou as negociações, respondeu dizendo que "claramente" não há espaço para melhorar o "esforço máximo" do país. Mas os que acompanham a longa saga não estão perdendo a esperança.

"Acho que eles estão se aproximando de um acordo e acho que o alcançarão", disse Peter Kisler, da North Asset Management, que detém títulos da Argentina, mas não faz parte de nenhum grupo de credores.

Os preços dos bônus subiram em relação ao patamar de cerca de 20 centavos por dólar, conforme as negociações continuaram nos últimos meses, mas, à medida que se aproximam de 50 centavos por dólar, pode ser hora de pensar em potencialmente realizar lucros com isso, disse Kisler.

"Eles podem chegar a 60 centavos, talvez, mas a relação risco/retorno fica mais difícil quando você ultrapassa esse nível (50 centavos)."

Outro grupo de títulos, o Comitê de Credores da Argentina, que inclui fundos como Greylock Capital e OGM, ainda deve dar sua opinião, mas o foco permanece nos grupos Ad Hoc e Exchange, que incluem nomes como BlackRock, Fidelity, Pimco e Ashmore.

Carlos de Sousa, economista-chefe de economias de mercados emergentes da Oxford Economics, disse à Reuters que os credores ainda estão preocupados com uma potencial estratégia "Pac-Man" --na qual o governo tentaria lidar com os bônus via sucessivas reestruturações em vez de um uma ação única

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