Merkel: a chanceler terá que convencer a França a topar a versão "light" do acordo (Fabrizio Bensch/Reuters)
EFE
Publicado em 29 de abril de 2018 às 10h50.
Berlim - A Alemanha quer propor aos Estados Unidos um acordo sobre tarifas industriais, uma espécie de tratado de livre comércio "light", para conseguir isenção permanente às tarifas sobre importações de alumínio e aço impostas pelos americanos.
Segundo o jornal "Welt", que ouviu fontes do governo alemão, os EUA também se beneficiarão dessa versão alternativa ao Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP). As negociações estão suspensas após não haver consenso entre a Casa Branca e a União Europeia (UE).
Uma proposta similar já teria sido feita pelos americanos durante as negociações do TTIP, mas a ideia não prosperou devido à oposição dos europeus, afirmou o jornal.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, terá que convencer a França a topar a versão "light" do acordo. O governo de Emmanuel Macron já expressou que não quer um TTIP de pequeno porte.
O presidente da Confederação Alemã de Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), Eric Schwieitzer, afirmou ao "Welt" que a UE deve ficar unida na disputa comercial com os americanos.
"A nossa economia, muito determinada pelas exportações, depende dos mercados abertos em nível global, não de acordos especiais, possivelmente em detrimento de outros parceiros comerciais não envolvidos", ressaltou.
A isenção temporária das tarifas para as importações de aço e alumínio que o presidente dos EUA, Donald Trump, concedeu à UE e outros aliados expira no dia 30 de abril. Nem Merkel nem Macron, que foram na última semana à Casa Branca, conseguiram um prolongamento.
"Nesse momento, nossa prioridade consiste no diálogo de mais alto nível", disse a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, ao jornal "Frankfurter Allgemeine Zeitung".
"No entanto, se os EUA não excluírem a UE de maneira permanente e incondicional das tarfias, tomaremos medidas", alertou.
"Estamos preparando uma tripla reação, que será compatível com as normas da Organização Mundial de Comércio", explicou Malmström.