Mercosul deve chegar a consenso com UE, diz Paraguai
"Faltam alguns detalhes. Já estávamos de acordo Brasil, Uruguai e Paraguai. Faltava apenas a Argentina", disse o presidente do Paraguai
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2015 às 16h05.
O presidente de Paraguai, Horacio Cartes, garante que "falta muito pouco" para um acordo entre os países do Mercosul -Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai- antes de encarar as negociações para um tratado de livre comércio com a União Europeia , em uma entrevista à AFP.
O Paraguai está trabalhando "intensamente" para que a cúpula presidencial do bloco sul-americano programada para 21 de dezembro em Assunção seja o cenário para o anúncio, disse Cartes na residência presidencial conhecida popularmente em guarani como "Mburuvichá roga" (a Casa do Cacique).
"Faltam alguns detalhes. Já estávamos de acordo Brasil, Uruguai e Paraguai. Faltava apenas a Argentina, e hoje praticamente depende de uns decimais para poder ter uma oferta que será o início de muitas negociações com a União Europeia", afirmou o governante.
A Venezuela, que ingressou no bloco como membro em 2012, não faz parte dessas negociações com a UE, que começaram há 20 anos com os países fundadores.
Cartes disse que na União Europeia "sabem muito bem o esforço feito pela presidência pro tempore do Paraguai para baixar as propostas do Mercosul".
O Paraguai entregará a presidência rotatória do grupo ao Uruguai na cúpula de dezembro.
"Pessoalmente tenho uma convicção muito forte de que quero uma relação mais estreita e intensa com a Europa", enfatizou.
Cartes admitiu que o Mercosul passou por diferentes etapas que prejudicaram o projeto de Mercado Comum. "Houve um tempo em que o Mercosul se politizou muito".
"Foi desvirtuado, mas está voltando à origem. O Mercosul não é político. É 100% econômico. Hoje estamos conversando bastante (com os demais presidentes). Respeitamos todas as maneiras de pensar, mas o bloco tem que voltar a ser um bloco econômico", defendeu.
Mercosul e Aliança do Pacífico
O presidente paraguaio admitiu que a Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México) fez o "dever de casa" melhor do que o Mercosul.
"Pessoalmente, eu não tenho dúvidas de que o Pacífico fez melhor seus deveres, ou melhor, suas obrigações, do que o Mercosul", opinou.
Cartes diz que deseja a integração do Mercosul com a Aliança do Pacífico em um futuro próximo.
"Desejo intimamente que não só o Paraguai -que tem feito boas negociações com México, Colômbia, Peru e Chile- mas todo o Mercosul possa estar cada vez mais integrados com a Aliança do Pacífico".
"Depende apenas de nós. A condição é ser transparente, cumpridores dos compromissos e mais nada".
Crescer em uma região em desaceleração
O Paraguai, país sul-americano de sete milhões de habitantes, resiste à crise econômica mundial.
Cartes afirma que seu país crescerá mais de 3% neste ano, enquanto os países da região desaceleram.
"O crescimento vai continuar. O Paraguai tem tido uma grande força de atração", disse.
"Vamos por um bom caminho apesar da desaceleração da China, que imediatamente afetou a todos os países que têm matéria-prima", explicou o empresário do tabaco.
"Empresas de numerosos países estão vindo investir", disse, citando países como Japão, Coreia do Sul e Alemanha.
Ele admitiu que a perspectiva de crescimento no começo desse ano era de 5,1%. "Hoje mantemos (a previsão de) um crescimento acima dos 3% (em 2015)", garantiu.
Em 2014, o crescimento foi de aproximadamente 5% e mais de 14% em 2013, o segundo mais alto do mundo depois de Cingapura.
O eixo da economia paraguaia está nas exportações de soja (o país é o quarto exportador mundial) e carne bovina (é o sexto exportador no mundo). No entanto, sofre com uma corrupção endêmica.
O presidente de Paraguai, Horacio Cartes, garante que "falta muito pouco" para um acordo entre os países do Mercosul -Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai- antes de encarar as negociações para um tratado de livre comércio com a União Europeia , em uma entrevista à AFP.
O Paraguai está trabalhando "intensamente" para que a cúpula presidencial do bloco sul-americano programada para 21 de dezembro em Assunção seja o cenário para o anúncio, disse Cartes na residência presidencial conhecida popularmente em guarani como "Mburuvichá roga" (a Casa do Cacique).
"Faltam alguns detalhes. Já estávamos de acordo Brasil, Uruguai e Paraguai. Faltava apenas a Argentina, e hoje praticamente depende de uns decimais para poder ter uma oferta que será o início de muitas negociações com a União Europeia", afirmou o governante.
A Venezuela, que ingressou no bloco como membro em 2012, não faz parte dessas negociações com a UE, que começaram há 20 anos com os países fundadores.
Cartes disse que na União Europeia "sabem muito bem o esforço feito pela presidência pro tempore do Paraguai para baixar as propostas do Mercosul".
O Paraguai entregará a presidência rotatória do grupo ao Uruguai na cúpula de dezembro.
"Pessoalmente tenho uma convicção muito forte de que quero uma relação mais estreita e intensa com a Europa", enfatizou.
Cartes admitiu que o Mercosul passou por diferentes etapas que prejudicaram o projeto de Mercado Comum. "Houve um tempo em que o Mercosul se politizou muito".
"Foi desvirtuado, mas está voltando à origem. O Mercosul não é político. É 100% econômico. Hoje estamos conversando bastante (com os demais presidentes). Respeitamos todas as maneiras de pensar, mas o bloco tem que voltar a ser um bloco econômico", defendeu.
Mercosul e Aliança do Pacífico
O presidente paraguaio admitiu que a Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México) fez o "dever de casa" melhor do que o Mercosul.
"Pessoalmente, eu não tenho dúvidas de que o Pacífico fez melhor seus deveres, ou melhor, suas obrigações, do que o Mercosul", opinou.
Cartes diz que deseja a integração do Mercosul com a Aliança do Pacífico em um futuro próximo.
"Desejo intimamente que não só o Paraguai -que tem feito boas negociações com México, Colômbia, Peru e Chile- mas todo o Mercosul possa estar cada vez mais integrados com a Aliança do Pacífico".
"Depende apenas de nós. A condição é ser transparente, cumpridores dos compromissos e mais nada".
Crescer em uma região em desaceleração
O Paraguai, país sul-americano de sete milhões de habitantes, resiste à crise econômica mundial.
Cartes afirma que seu país crescerá mais de 3% neste ano, enquanto os países da região desaceleram.
"O crescimento vai continuar. O Paraguai tem tido uma grande força de atração", disse.
"Vamos por um bom caminho apesar da desaceleração da China, que imediatamente afetou a todos os países que têm matéria-prima", explicou o empresário do tabaco.
"Empresas de numerosos países estão vindo investir", disse, citando países como Japão, Coreia do Sul e Alemanha.
Ele admitiu que a perspectiva de crescimento no começo desse ano era de 5,1%. "Hoje mantemos (a previsão de) um crescimento acima dos 3% (em 2015)", garantiu.
Em 2014, o crescimento foi de aproximadamente 5% e mais de 14% em 2013, o segundo mais alto do mundo depois de Cingapura.
O eixo da economia paraguaia está nas exportações de soja (o país é o quarto exportador mundial) e carne bovina (é o sexto exportador no mundo). No entanto, sofre com uma corrupção endêmica.