O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o registro oficial de inflação no Brasil, vai encerrar o ano em 7%. Essa é a expectativa do mercado, que o Banco Central (BC) sonda todas as semanas. Há dois meses, os analistas revisam para cima as projeções sobre o IPCA em 2004.

O próprio BC abandonou a pretensão de alcançar o centro da meta, de 5,5%, combinado com o Fundo Monetário Internacional, e alterou, na semana passada, sua estimativa para 6,4% em 2004. O teto da inflação, pelo regime de metas adotado pelo BC brasileiro, é de 8%.

Para o ano que vem, os analistas ouvidos pelo BC projetam um IPCA de 5,5%, contra a meta oficial de 4,5% (com 2,5 pontos percentuais de tolerância, como neste ano).

O único índice de inflação que escapa das projeções de alta dos agentes do mercado ouvidos pelo BC é o IGP-M, com estimativa de 6,75% nos próximos 12 meses, ante 7,5% há uma semana.

Outras projeções

O mercado mantém, junto com o governo, suas apostas em um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5%, saldo comercial de 28 bilhões de dólares, superávit primário de 4,25% do PIB e taxa de câmbio de 3,10 reais no fim do ano.

Cresceu a expectativa de superávit em conta corrente, de 4,6 bilhões de dólares contra 2,8 bilhões há quatro semanas. Mas também avançou a projeção da taxa Selic, de 14,75% para 15,13% no final de 2004, e de 15,65% para 15,87% na média do ano.

A projeção de investimentos estrangeiros diretos foi revisada para baixo, de 11 bilhões de dólares há quatro semanas para 10 bilhões.