Economia

Mercado: Copom, inflação, exportações, horário eleitoral

Começa hoje (20/08) a reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central -- o que deve esfriar o volume de negócios nos mercados brasileiros durante o dia. Apesar de haver um consenso no mercado sobre a manutenção da taxa básica de juros, com viés de baixa, os investidores não deverão se arriscar […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

Começa hoje (20/08) a reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central -- o que deve esfriar o volume de negócios nos mercados brasileiros durante o dia. Apesar de haver um consenso no mercado sobre a manutenção da taxa básica de juros, com viés de baixa, os investidores não deverão se arriscar em grandes negociações. Além do Copom, dois indicadores dividem a atenção do mercado: a segunda prévia de agosto do IGP-M (da FGV) e o resultado da segunda quadrissemana do mês do IPC-Fipe (leia ao lado). No cenário político, destaque para o início da campanha eleitoral na televisão e no rádio.

Segundo análise do Lloyds TSB, no lado técnico, não há nesta semana fatores que possam causar volatilidade ou aumento da demanda por dólares," pois não são esperados grandes vencimentos de dívidas privadas nem tão pouco pressões por rolagem dos papéis cambiais. A maior influência fica, portanto, do lado das expectativas."

Esta semana, o Tesouro ofertará até 500 milhões de reais, segundo bancos, em LTNs (títulos pré-fixados) com vencimento em 2 de outubro e/ou LFTs (títulos indexados à Selic) com vencimento em 16 de outubro. Fica a critério do Tesouro estabelecer os volumes a serem vendidos de cada título. No leilão realizado na última semana (13/8), onde foram ofertados os mesmos títulos, o Tesouro vendeu apenas as LTNs ao prêmio de 101,8% do CDI.

Copom

De acordo com análise do BBV Banco, o momento pelo qual passa a economia do país não permite uma decisão totalmente convencional do Copom, que deverá ser influenciado pelo estresse provocado pela incerteza política e pelo cenário externo desfavorável. Em outras palavras: acredita-se na manutenção da Selic em 18% --eventualmente com viés de baixa. O CSFB acredita também que a taxa será mantida, mas com viés neutro.

Para o Lloyds TSB, "mesmo considerando que a taxa básica continua elevada, é razoável supor que o Copom não vá reduzir o juro neste mês, ainda que não seja impossível a adoção do viés de baixa, diante da análise feita na última ata".

Exportação

O BC deve anunciar nesta terça os detalhes do mecanismo de auxílio ao comércio exterior que devem ser da ordem de US$ 2 bilhões. Tal montante somado aos US$ 2,5 bilhões a serem disponibilizados para o mesmo fim pelo BNDES pode ajudar a atender uma parcela significativa da demanda por dólares que gera forte pressão sobre a cotação da moeda brasileira.

A ampliação dos recursos disponibilizados pelo BNDES para o financiamento às exportações poderá atingir um patamar recorde em 2002, segundo o Lloyds TSB. Nos sete primeiros meses deste ano a liberação atingiu 2,2 bilhões de dólares, aproximadamente, contra 1,3 bilhão de dólares em igual período de 2001.

No ano passado, essa modalidade de financiamento alcançou 2,6 bilhões de dólares. Mesmo assim, o corte de linhas comerciais pelo setor privado obrigará o BC a ingressar com uma ajuda adicional. A ajuda estatal para normalização do crédito a exportação pode influenciar positivamente a disponibilização do crédito privado.

Segundo o BNDES, além dos recursos já disponíveis, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) destinará 2 bilhões adicionais para esse tipo de apoio. Ainda de acordo com a instituição, qualquer empresa poderá se candidatar ao financiamento, até o limite máximo de 8 milhões. Os recursos serão repassados pelos agentes financeiros credenciados do BNDES (cerca de 100 instituições financeiras), em real com juros da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ou dólar com juros da libor semestral.

Segundo o CSFB, haverá ainda uma taxa de 1% para pequenas ou médias empresas e 2,5% para grandes empresas. Além disso, o banco repassador também poderá cobrar spread de até 3 pontos percentuais. Essa medida deverá ser acompanhada pelos US$ 2 bilhões, a serem repassados pelo BID e por outros US$ 2 bilhões a serem oferecidos pelo Banco Central.

Inflação

Em relação aos índices de inflação, as expectativas do mercado são de alta. Espera-se que a prévia do IGP-M fique em 1,5% -- e que a taxa no mês de agosto chegue a 2%. De acordo com o relatório Focus, distribuído pelo BC no último dia 16, as projeções anuais para o IGP-M elevaram-se de 8,27% para 9,02% (em 2002) e mantiveram-se em 5,00% (em 2003).

A inflação ao consumidor em São Paulo, medida pelo IPC-Fipe, divulgada hoje, subiu para 0,95% na segunda quadrissemana de agosto, após registrar 0,79% na primeira, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas nesta terça-feira.

Este é o maior percentual desde o indicador fechado/total (quarta quadrissemana) de agosto de 2001, quando os preços subiram 1,15%. Há uma semana, na primeira prévia de agosto de 2002, o indicador havia ficado em 0,79%. Há um mês, na segunda quadrissemana de julho, o IPC foi de 0,27%, e, há um ano, na segunda parcial de agosto de 2001, a inflação era de 1,48%.

O grupo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) que registrou a maior alta no período foi Alimentação, cujos preços subiram em média 1,39%, e Habitação, com alta de 1,36%.

O único grupo a apresentar recuo dos preços foi Vestuário, com queda de 0,27%. O IPC mede a variação dos preços no município de São Paulo de famílias com renda até 20 salários mínimos.

Mais indicadores

O IBGE divulga pesquisa industrial mensal de emprego e salário, referente ao mês de junho.

Nos Estados Unidos, sai a balança comercial de bens e serviços referente ao mês de julho. A expectativa do mercado é de resultado negativo em 37,5 bilhões de dólares.

Eleições

Começa hoje o horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio. Para o mercado, a campanha representa a última tentativa de crescimento do candidato governista José Serra (PSDB/PMBD) -- que ficará mais tempo em exposição na telinha do que seus concorrentes. Serra tem à sua disposição 10,23 minutos diários, o dobro do petista Luiz Inácio Lula da Silva (com 5,19 minutos), mais do que duas vezes o tempo de Ciro Gomes, da Frente Trabalhista (4,17 minutos) e cinco vezes o de Antony Garotinho (2,13 minutos).

Está prevista para hoje a divulgação de mais uma pesquisa eleitoral feita pelo Ibope. Na última rodada do instituto, realizada entre 10 e 12 de agosto, Lula liderava com 34% das intenções de voto, seguido por Ciro (27%), Serra (12%) e Garotinho (11%). Brancos e nulos somavam 5% e indecisos 10%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2%. O resultado será divulgado no "Jornal Nacional".

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