Economia

Mercado acredita que há espaço para mais uma alta de juro

O mercado financeiro acredita que há motivos suficientes para que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central eleve mais uma vez a taxa de juros. Pelo menos essa é a avaliação do Lloyds TSB. "A pouco mais de uma semana da reunião prevalece no mercado a percepção de que a taxa básica de […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h39.

O mercado financeiro acredita que há motivos suficientes para que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central eleve mais uma vez a taxa de juros. Pelo menos essa é a avaliação do Lloyds TSB. "A pouco mais de uma semana da reunião prevalece no mercado a percepção de que a taxa básica de juros deveria ser elevada mais uma vez", afirma o banco. Para o banco, parte do mercado certamente vai sugerir uma alta mais forte (100/150 pontos percentuais), argumentando que tão logo os sinais de queda de inflação surgirem, o BC poderia agilizar e intensificar o recuo da taxa básica.

"Uma elevação da taxa de 25,5% para 26% ao ano seria consistente com as informações no momento. E, caso o cenário externo viesse a exigir uma atitude mais agressiva em algum momento, o BC se adequaria às novas condições", afirma. Leia a seguir os prós e contras para um eventual aumento nos juros básicos, que estão atualmente em 25,5%.

Por que elevar a taxa básica:

  • Os percentuais de inflação divulgados neste início de ano ainda estão acima das expectativas e muito acima ainda do registrado no ano passado. "O IGP-M de janeiro ficou em 2,33% contra 0,36% há um ano, o IGP-DI chegou a 2,17% (0,19%), o IPC-Fipe a 2,19% (0,57%", relata o Lloyds.

  • Há um percentual significativo de preços que estão sendo elevados. Levantamento do Dieese mostra que 57% dos itens que compõem o índice de inflação registraram aumento de preço em janeiro contra 31%, há um ano.
  • A expectativa do mercado para o IPCA neste ano subiu de 11,54% para 11,84% nesta semana;
  • "Não existem sinais claros de que o nível de atividade esteja retrocedendo na velocidade desejada especialmente no que diz respeito à performance das exportações, do setor petróleo e da agroindústria. Além disso, é difícil mensurar qual será o efeito concreto sobre o consumo frente à liberação de recursos do FGTS (R$ 10 bilhões) neste ano", diz o banco;
  • O núcleo de inflação do IPC-DI cedeu de 1,39% em dezembro para 1,32% em janeiro. A queda é positiva, mas a taxa ainda está elevada.

    Por que manter a taxa de juros estável

  • A taxa básica subiu 750 pontos base em menos de cinco meses e, levando à risca o timing da influência da política monetária sobre os índices de inflação, não se pode dizer que o efeito contorcionista da alta dos juros já tenha se manifestado;
  • A renda do consumidor sofrerá uma corrosão sensível diante dos altos índices inflacionários verificados em período recente;
  • A taxa de câmbio, componente básico para determinar a direção da inflação, está muito próxima do patamar observado às vésperas da reunião anterior do Copom e os índices de preços no atacado estão apresentando desaceleração sensível nas últimas pesquisas semanais;
  • Não houve nenhuma mudança expressiva no cenário internacional, apesar do clima tenso que prevalece na questão EUA/Iraque;
  • As mudanças no ambiente econômico não são tão significativas nos últimos 30 dias;

    Conclusão: "Se o Comitê tiver sangue frio para esperar os efeitos das altas anteriores dos juros (e acreditarem que a magnitude implementada é suficiente), poderá até manter o juro inalterado". Para o banco, porém, essa alternativa pode não ser bem recebida pelo mercado, que poderá confundi-la com uma concessão feita às pressões políticas.

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