Economia

Menor juros deve repercutir no Feirão da Caixa, avalia Hereda

Expectativa é que o volume de negócios passe dos R$ 2 bilhões registrados em 2011

 “Este é o feirão do juros baixo”, disse o presidente da Caixa, Jorge Fontes Hereda, ao abrir o evento (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

“Este é o feirão do juros baixo”, disse o presidente da Caixa, Jorge Fontes Hereda, ao abrir o evento (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2012 às 18h50.

São Paulo – De hoje (18) até domingo (20), mais de 60 mil pessoas devem passar pelo Feirão da Caixa 2012, no Centro de Exposições Imigrantes. A estimativa de participantes é a mesma do ano passado, mas a expectativa é que o volume de negócios passe dos R$ 2 bilhões registrados em 2011 por causa da diminuição da taxa de juros. “Este é o feirão do juros baixo”, disse o presidente da Caixa, Jorge Fontes Hereda, ao abrir o evento.

Para ele, a política de baixa de juros complementa a política habitacional do governo. “Com os juros mais baixos, mais pessoas terão acesso a financiamentos. Isso é importante para que aumente o número de famílias que podem comprar a casa própria por meio de financiamento”, disse.

Márcia Aparecida, de 38 anos, chegou cedo ao Feirão da Caixa, antes mesmo dos portões abrirem. “Se não tiver coisa boa hoje, domingo é que não vai ter”, declarou. Ela quer comprar um apartamento a fim de deixar de pagar o aluguel de R$ 800, que compromete mais de 50% da renda da família. “Moro no Tatuapé, na zona leste, queria morar por lá, mas tá muito caro. Preciso comprar um imóvel pronto pra morar, porque não dá pra assumir o aluguel e a prestação do financiamento. Se no Feirão não der certo, só ganhando na loteria”, acrescentou.

Regina Silva, de 37 anos, veio com o marido e os dois filhos. A família está avaliando as melhores opções de compra. “Ter a casa própria é um sonho, mas agora tá mais possível de se tornar realidade. Vou passar primeiro pelos stands e depois na Caixa. Já vim para fechar o negócio”, disse. Atualmente, a família de Regina mora em um terreno cedido pelo sogro na cidade de Santo André, na Grande São Paulo. “A gente quer ter o que é nosso”, ressaltou. Ela espera financiar um apartamento no valor de R$ 170 mil, mas diz ter dificuldade em encontrar opções de imóveis no município onde mora.


O evento aberto hoje, na capital paulista, reúne 95 construtoras e 137 imobiliárias, que disponibilizam 218 mil imóveis. Segundo o vice-presidente da Caixa, José Urbano Duarte, existem ofertas para todos os orçamentos. “Temos aqui um conjunto de possibilidades. Uma família com renda familiar a partir de R$ 1,5 mil já terá condições de financiar um imóvel, pois se enquadra no Programa Minha Casa, Minha Vida”, declarou.

Duarte informou que, no primeiro quadrimestre, houve aumento na contratação de crédito. “Nossos números mostram uma curva de crescimento comparado ao mesmo período do ano passado. Quase 40% de crescimento, parte dele já motivado pelos primeiros dias de maio, que nós já estamos trabalhando com juros menores”, explicou. Com o aumento, a projeção de crédito imobiliário do banco para 2012, de R$ 90 bilhões, passou para R$ 96 bilhões.

Na avaliação do vice-presidente da Caixa, outro fator que explica o aumento do volume de negócios é a mudança de perfil dos participantes. “As pessoas que participam do feirão agora já chegam com perspectiva de fechar negócio, diferentemente do que acontecia em anos anteriores. Essa alteração nós percebemos em outros estados que já realizaram o feirão. Mesmo com a redução do número de participantes, nós aumentamos cerca de 15% o volume de negócio fechados ou encaminhados”, disse.

De acordo com Duarte, mais de 60% dos clientes que buscam financiamento têm até 45 anos. Ele aponta como razões para esse perfil o aumento da oferta, mais estabilidade no emprego, a diminuição das taxas de juros e o aumento dos prazos. “São fatores que interferiram para uma mudança do perfil do comprador ao longo dos anos de feirão”, declarou. A média no valor dos financiamentos é R$ 99 mil, enquanto o valor dos imóveis é R$ 145 mil.

Gilda Pinheiro, de 61 anos, no entanto, foge a essa mudança de perfil. Ela veio ao feirão disposta a fechar negócio hoje mesmo. “É um sonho de muito tempo”, disse. Ela reside em Monguagá, litoral paulista, mas deseja mudar para São Paulo a fim de viver com a filha. “Moro na casa do meu irmão, mas quero vir pra cá, pra minha casa. Se posso pagar aluguel de R$ 600, melhor pagar um financiamento”, avalia.

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