Economia

Mantega diz que juros podem ser usados pra combater inflação

Ministro da Fazenda afirmou que mesmo medidas consideradas não populares serão tomadas como, por exemplo, a elevação da taxa de juros quando necessário


	Guido Mantega: “Não há necessidade de reduzir o crescimento, você pode compatibilizar as duas coisas”, disse
 (Elza Fiuza/ABr)

Guido Mantega: “Não há necessidade de reduzir o crescimento, você pode compatibilizar as duas coisas”, disse (Elza Fiuza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2013 às 13h48.

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que as medidas que forem necessárias (para combater a inflação elevada) serão tomadas pelo governo, mesmo medidas consideradas não populares como, por exemplo, a elevação da taxa de juros quando necessário. “Não nos pautamos pelo calendário politico”, afirmou. 

“Temos cumprido nossas metas do sistema de metas de inflação. A partir de 2005 deixamos de ultrapassar o limite superior da meta, 6,5%”, disse Mantega durante apresentação no Seminários Brasileiros, realizado hoje em São Paulo.

Mantega afirmou que a inflação de alimentos atinge mais os segmentos de menor renda e também atrapalha todos os setores produtivos.  “Não temos ultrapassado o limite, o que mostra que o governo dá uma atenção muito grande para a inflação”, disse.

“A inflação de alimentos é passageira porque o Brasil é um dos maiores produtores do mundo. Agora, as safras colocarão mais produtos no mercado e os preços tendem a cair”, disse Mantega. O ministro também afirmou que inflação de alimentos não se resolve com juros, mas "expectativa se resolve com juros". O ministro reiterou que a decisão sobre juros cabe ao Banco Central, enquanto ao Ministério da Fazenda cabe incentivar a atividade agrícola.

“Não há necessidade de reduzir o crescimento, você pode compatibilizar as duas coisas”, afirmou Mantega. Com base em dados referentes ao primeiro trimestre, Mantega afirmou que a economia está crescendo a uma velocidade maior que em 2012.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do governo apresentou variação de 0,47% em março, após alta de 0,60% em fevereiro, segundo o IBGE. Considerando os últimos doze meses o índice foi para 6,59% - acima do teto da meta de inflação, 6,50%. A inflação acumulada em 12 meses não chegava ao teto da meta desde dezembro de 2011, quando o acumulado foi de 6,50%. Desde novembro de 2011 a inflação acumulada em 12 meses não rompia o teto da meta - naquela ocasião a taxa ficou em 6,64%.

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