Economia

Mantega: vamos exigir índice maior de nacionalização

Segundo Mantega, o Brasil vai continuar crescendo e tendo um mercado que vai viabilizar os investimentos na autoindústria nacional

De Mantega, o FT afirma que pode-se esperar novamente "ideias estranhas" na economia (Marcello Casal Jr/ABr)

De Mantega, o FT afirma que pode-se esperar novamente "ideias estranhas" na economia (Marcello Casal Jr/ABr)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2011 às 17h09.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou hoje que o governo vai, a partir de 2013, aumentar a exigência de índice de nacionalização para a indústria automobilística. "Não vamos ficar só nesse programa (de aumento do IPI) para o desenvolvimento da indústria automobilística. Vamos impor um aumento do índice de nacionalização. Mas isso é um programa que vamos discutir com a Anfavea (a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos)", afirmou. "Queremos garantir que a indústria automobilística será um caso de sucesso", acrescentou.

Segundo Mantega, o Brasil vai continuar crescendo e tendo um mercado que vai viabilizar os investimentos. O ministro destacou que 2011 foi um ano de ajuste e que a crise internacional não está resolvida diante da dificuldade dos países europeus em equacionar os problemas.

Voltando-se para o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, que estava ao seu lado na entrevista que o ministro deu hoje à imprensa, Mantega disse que, mesmo com as consequências da crise, o Brasil vai crescer nos próximos anos. "Podemos dizer isso para a indústria automobilística", afirmou. O ministro reiterou que a economia do Brasil tem condições de apresentar crescimento da demanda.


O ministro da Fazenda também avaliou que as montadoras estão cumprindo os compromissos de manter empregos e reduzir preços, como contrapartida à elevação do IPI para os modelos importados com menos de 65% de índice de nacionalização. Ele admitiu que uma fábrica do setor, de fato, anunciou um programa de demissão voluntária. "Mas a demissão é voluntária, se ele (o empregado) não quiser, ele não sai da empresa", comentou.

Em seguida, Mantega acrescentou que a montadora em questão é a GM, e que a empresa explicou a ele que, ao mesmo tempo em que iniciou o programa de demissões voluntárias em uma unidade, contratou mais funcionários em outra. Foi, portanto, uma questão de "acomodação regional". O ministro contou que recebeu tabelas da Anfavea mostrando que os preços dos automóveis novos têm subido menos do que a inflação. "Tem queda real de preços, portanto eles estão cumprindo o compromisso de manter preços e empregos."

O ministro minimizou o fato de Japão, da Coreia e de outros países terem questionado, na Organização Mundial do Comércio (OMC), a decisão brasileira de elevar o IPI sobre automóveis importados com índice de nacionalização inferior a 65%. "O governo brasileiro não precisa se defender (na OMC) porque é uma solicitação de informações, não é uma ação aberta contra o Brasil", comentou. "Mesmo porque, o Brasil é dos países que menos tomam medidas desse tipo." Segundo Mantega, os Estados Unidos, a Índia e a China têm adotado várias medidas que podem ser consideradas protecionistas - o que não é o caso da elevação do IPI no Brasil, ressalvou. "Não houve representação formal na OMC", frisou.

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