Economia

Mantega sugere melhor gestão a etanol para lidar com preços

Setor já conta com uma série de programas de apoio do governo e precisa aumentar a sua produtividade e reduzir custos


	Ministro da Fazenda, Guido Mantega: "esse setor tem que aumentar a produtividade, tem que procurar reduzir o custo, daqui a pouco teremos uma nova geração de etanol...", disse ele
 (Elza Fiúza/ABr)

Ministro da Fazenda, Guido Mantega: "esse setor tem que aumentar a produtividade, tem que procurar reduzir o custo, daqui a pouco teremos uma nova geração de etanol...", disse ele (Elza Fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 14h11.

São Paulo - A indústria de etanol do Brasil enfrenta um problema de preços pagos pelo biocombustível, mas já conta com uma série de programas de apoio do governo e precisa aumentar a sua produtividade e reduzir custos para sair da crise, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante seminário em São Paulo.

"Esse setor tem que aumentar a produtividade, tem que procurar reduzir o custo, daqui a pouco teremos uma nova geração de etanol...", disse ele, ao responder pergunta sobre como o governo poderia "salvar" o setor sucroalcooleiro.

A indústria atravessa problemas que remontam à crise financeira de 2008/2009, com muitas empresas atualmente em recuperação judicial e podendo não iniciar as atividades na safra atual, disse a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) na semana passada.

Mantega admitiu que as cotações do etanol enfrentam limitadores, considerando que a gasolina --o combustível concorrente no Brasil-- tem seus preços controlados pelo governo (o sócio majoritário da Petrobras), que evita repasses de custos por conta da inflação.

Se o valor do biocombustível sobe acima do nível em que compensa utilizar a gasolina, o consumidor opta pelo combustível fóssil, com valores controlados nas refinarias da Petrobras.

"E a questão do etanol é outra questão, é uma questão ligada à gasolina...", comentou o ministro, ao comparar que no caso do açúcar as cotações foram pressionadas nos últimos anos pelo aumento da oferta global.

O ministro citou também que as usinas ainda sofrem os efeitos da crise financeira de 2008/2009, que afetou várias companhias que estavam "alavancadas", por conta de investimentos de expansão da capacidade e em projetos novos.


De qualquer forma, ele indicou que o governo já faz a sua parte com relação ao apoio para o setor.

"O Brasil vai manter essa matriz misturando o etanol com a gasolina, é uma matriz que veio para ficar. O consumo vem aumentando, (temos) alguma reclamação de preços, é verdade, mas a gente não pode aumentar o preço só para viabilizar o setor (de etanol)", afirmou Mantega.

Segundo ele, a indústria de cana já "tem financiamentos privilegiados, a custos reduzidos", que incluem programas para a renovação dos canaviais e retenção de estoques. "Enfim, tem uma série de medidas para financiar o setor." Recentemente, a Unica reagiu a comentário parecido da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, que em audiência indicou que o setor de etanol precisaria elevar investimentos.

Em resposta, a Unica afirmou que o setor investiu pesadamente e construiu mais de 100 novas usinas entre 2002 e 2010. E que a comentada redução de investimentos está relacionada à "decisão do governo de utilizar a Petrobras e o preço dos combustíveis como ferramentas de sua política econômica para controle da inflação".

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