Ministro da Fazenda, Guido Mantega: gastos com seguro-desemprego e o abono salarial devem somar pouco menos de 50 bilhões de reais (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2013 às 15h23.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, veio a público nesta quinta-feira para tentar atenuar as preocupações com as contas públicas do país ao afirmar que o governo já estuda reduzir despesas com o pagamento de seguro-desemprego e o abono salarial que, neste ano, devem somar pouco menos de 50 bilhões de reais.
O esforço vem no momento em que a meta ajustada de superávit primário do setor público consolidado deste ano --de 2,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)-- não deve ser cumprida. Em setembro, o resultado veio muito pior que o esperado, com déficit recorde de 9 bilhões de reais.
"Queria falar do esforço permanente do governo para diminuir as despesas ou controlá-las de modo a obter um bom resultado fiscal", afirmou Mantega a jornalistas, sem responder aos questionamentos sobre se haveria a necessidade de ajustar mais uma vez a meta deste ano.
Segundo o ministro, está em estudo tornar obrigatório curso de qualificação de empregados que perderem seus empregos e buscaram o seguro-desemprego pela primeira vez. Hoje, explicou ele, isso ocorre na segunda vez.
Mantega afirmou que, desta maneira, poderia atacar possíveis fraudes que estão ocorrendo, como o empregado continuar recebendo o seguro-desemprego mesmo após ter conseguido outro posto de trabalho.
O ministro disse ainda que discutirá essa fórmula com as centrais sindicais, bem como possíveis mudanças no abono salarial, mas sem dar mais detalhes.
Mantega argumentou que o resultado de setembro veio de despesas extraordinárias que não se repetirão nos próximos meses, e defendeu que as grandes despesas como o pagamento da folha, juros e despesas com aposentadoria "estão sob controle".
"É para elas que estamos olhando. As grandes despesas estão sob controle", reiterou Mantega.