O que ficou e saiu da MP da Liberdade Econômica, que pode ser votada hoje
Confira o que saiu e o que foi mantido na nova versão da medida provisória que pode ir ao plenário em breve
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de agosto de 2019 às 18h19.
Última atualização em 13 de agosto de 2019 às 18h35.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a Medida Provisória da Liberdade Econômica (881) pode ser votada ainda nesta terça-feira, 13, mesmo depois de o texto ter passado por mudanças.
"Já encaminhamos para a maioria dos líderes, agora vou terminar de conversar com os partidos de esquerda. Já organizamos o texto de uma forma que respeita a Constituição", disse.
"Devemos votar hoje (terça)", afirmou. Questionado sobre o pedido da oposição para analisar o novo texto, Maia disse que houve redução, o que deve reduzir as polêmicas também.
Sobre as mudanças, Maia disse que foi retirado "quase tudo da reforma trabalhista". "Ficou apenas os temas que tinham relação com a liberdade econômica", disse.
Segundo Maia, para acelerar a tramitação será retirado da pauta um requerimento de urgência do governo, com o compromisso de se votar outras duas urgências.
"Uma nossa urgência do projeto de armas, da qual a partir de quarta poderá ser votada. Estamos construindo um texto que respeite o pensamento médio da população sobre o tema e a segunda que a gente quer votar (urgência) é o texto de abuso de autoridade do senador Roberto Requião", disse.
Para a próxima semana, Maia pretende colocar em votação projeto sobre posse de arma dentro das propriedades rurais. Já o texto sobre licenciamento ambiental não deve entrar na pauta no curto prazo.
O presidente diz que pretende ainda conversar com parlamentares e com pessoas da área do meio ambiente para esclarecer melhor pontos que tratam o texto. "Queremos ter regras mais claras em relação ao licenciamento ambiental do Brasil", disse.
Depois de reuniões entre representantes da equipe econômica e parlamentares, a Medida Provisória da Liberdade Econômica (881) terá 22 artigos e deixará de fora temas como a criação de um documento único para transportes de cargas, disse há pouco o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), relator da matéria.
A iniciativa era uma promessa feita pelo governo para reduzir a burocracia para a categoria. Segundo o deputado, o Executivo enviará um projeto de lei com o tema.
Outra alteração excluída do texto final é o artigo que previa que quem ganha mais de 30 salários mínimos não estaria protegido pelas normas da CLT. Também saiu do texto a determinação de que fiscais só poderiam aplicar multas a partir da segunda visita a um estabelecimento.
Nova versão da MP
Depois de reuniões entre Maia e parlamentares com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e integrantes da equipe econômica, o relator da MP retirou vários pontos do texto para tentar levar a nova versão à votação.
Essa versão será apresentada em reunião com líderes da Câmara dos Deputados. Veja pontos que foram mantidos e o que saiu da última versão da MP:
Mantidos no texto
- Autorização para trabalho aos domingos e feriados. Passa a ser obrigatório uma folga no domingo a cada quatro semanas (era a cada sete semanas na versão anterior do texto)
- Previsão de que trabalho aos domingos será remunerado em dobro salvo se empregador der folga compensatória
- Permissão de registro de ponto por exceção à jornada regular, anotando apenas os horários que não coincidam com os regulares. Isso será feito mediante acordo individual ou coletivo
- Ampliação de 10 para 20 do número mínimo de funcionários de uma empresa em que é obrigatório controle de jornada de trabalho
- Emissão de Carteira de Trabalho preferencialmente em meio eletrônico
- Extinção do e-social
Saíram do texto:
- Descanso obrigatório aos domingos apenas a cada sete semanas
- Previsão de que contratos de quem receber mais de 30 salários mínimos sejam regidos pelo direito civil, e não pelas regras trabalhistas
- Permissão de trabalhos aos sábados, domingos e feriados em caso de necessidade do agronegócio
- Previsão de que multas sejam aplicadas por fiscais do trabalho apenas após a segunda visita, sendo a primeira educativa
- Definição de que decisões trabalhistas sejam definitivas em primeira instância ao esgotar prazos de recursos
- Previsão de que a Comissão de Valores Mobiliários poderia reduzir exigências para facilitar o acesso de companhias de pequeno e médio porte no mercado de capitais
- Autorização para emissão de receitas digitais para compra periódica de um mesmo medicamento