Lula posa para foto oficial com participantes da Cúpula de Segurança Nuclear, em Washington (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Washington - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu hoje (13), durante o segundo e último dia da Cúpula de Segurança Nuclear, que todos os países eliminem o arsenal nuclear para neutralizar a possibilidade de que organizações terroristas tenham acesso à bombas atômicas. O modo mais eficaz de se reduzir os riscos de que agentes não-estatais utilizem explosivos nucleares é a eliminação total e irreversível de todos os arsenais nucleares, disse o presidente, em reunião fechada com os líderes de outras 46 nações que participam do encontro.
A cúpula de segurança nuclear foi convocada pelos Estados Unidos, que classificam o terrorismo atômico como a "ameaça mais grave e iminente" à segurança mundial. Nove países têm a bomba atômica no mundo.
Na apresentação, o presidente ainda lembrou que o programa Nuclear brasileiro tem fins estritamente pacíficos e possui uma legislação robusta, eficiente e adequada para prevenir o terrorismo nuclear. O compromisso do Brasil com a segurança nuclear é inabalável", afirmou. "O Brasil está pronto para colaborar ativamente para um mundo mais seguro, em que paralelamente à eliminação de todos os arsenais nucleares os materais físseis [urânio altamente enriquecido e plutônio] e as instalações nucleares estejam protegidos.
O Brasil mantém uma posição contrária à adotada pelos Estados Unidos sobre a fórmula para aumentar a transparência do programa nuclear do Irã, país que não foi convidado para este encontro. Os norte-americanos querem que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprove novas sanções sob o argumento de que os iranianos trabalham secretamente para produzir armamento nuclear. O Irã garante que o programa nuclear do país é utilizado apenas para fins pacíficos.
O presidente Lula aproveitou o discurso para reafirmar o descontentamento do governo brasileiro com o formato do Conselho de Segurança das Nações Unidos, o mesmo desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. O governo defende que o Conselho seja ampliado e que o Brasil passe a ocupar um assento permanente no órgão máximo de deliberação das Nações Unidas.
A ONU vem perdendo credibilidade. Ao não contar com um conselho de segurança mais representativo e com mais legitimidade - e cada vez mais descompassado com a realidade atual -, as Nações Unidas perdem espaço na governança da segurança internacional. Isso não interessa a ninguém, afirmou.