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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h41.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ter levado uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, na qual reforça o interesse brasileiro de se solidarizar com todas as tentativas de amenizar as conseqüências do confronto. "Ele leu a carta diversas vezes e demonstrou grande interesse. Revelou publicamente seu conteúdo e agradeceu o apoio do presidente e de todos os amantes da paz", enfatizou o chanceler, referindo-se ao apoio de diversos países africanos.
A conduta brasileira, segundo Celso Amorim, é de reunir os chefes de estado que compõem a ONU, sendo ou não membros do Conselho de Segurança, para buscar alternativas diplomáticas ao conflito. Entre as estratégias, ele citou a exigência de que o Iraque cumprisse plenamente as resoluções da ONU, não deixando quaisquer dúvidas sobre sua intenção de não frear os trabalhos dos inspetores e de respeitar a Carta da ONU, cujo apelo central é a manutenção do sistema de segurança coletivo. As informações são da Agência Câmara.
"Compartilhamos a opinião de vários países de que os meios pacíficos não haviam sido esgotados. Por essa mesma razão, o presidente Lula apoiou iniciativas adotadas pela Alemanha, França e Rússia para reforçar as inspeções no Iraque, dar mais tempo aos inspetores para que se lograsse o objetivo de garantir que o Iraque estivesse totalmente desarmado das armas de destruição de massa, mas, ao mesmo tempo, consegui-lo de forma pacífica, diplomática", afirmou o ministro.
Celso Amorim completou dizendo que "a ameaça estava levando o Iraque a cooperar mais. Um pouco de paciência talvez nos poderia ter permitido resolver essa situação de forma pacífica".
O ministro salientou ainda que esse posicionamento não reflete apoio ao regime de Saddam Hussein. "Embora respeitando as práticas diplomáticas, o Brasil sempre foi muito claro em condenar as práticas desrespeitosas dos direitos humanos desse regime", afirmou.
Para ele, a "as Nações Unidas têm cumprido seu papel. O próprio fato de ter havido dentro do Conselho de Segurança resistência à idéia de uma ação militar demonstra que os países ainda acreditam nas Nações Unidas, na autoridade do Conselho de Segurança". "Infelizmente, essa opinião não prevaleceu", disse Amorim.