Christine Lagarde: os comentários da presidente do BCE revisitam os problemas que atormentavam a economia da Europa antes mesmo da pandemia (Bloomberg/Bloomberg)
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Publicado em 15 de setembro de 2021 às 21h30.
Por Carolynn Look, da Bloomberg
Para a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, o maior desafio para a economia em recuperação da Europa é se as autoridades podem implementar as mudanças necessárias para transformar seu potencial.
A ajuda monetária e fiscal sem precedentes e maior ritmo de vacinação levaram a região a um ponto em que está “se recuperando mais rapidamente do que havíamos previsto”, disse Lagarde ao programa “The David Rubenstein Show: Peer-to-Peer Conversations” da Bloomberg Television. A expectativa agora é que a economia da zona do euro alcance os níveis pré-pandemia antes do final do ano.
Um teste fundamental depende das medidas da União Europeia para reduzir a antiga disparidade entre países do norte e do sul, diminuir as desigualdades agravadas pela pandemia e ajudar na transição para uma economia mais verde e sustentável, observou Lagarde.
“O maior desafio é sempre concretizar”, o planejado disse. “É uma questão de direcionar o financiamento para o investimento certo, garantindo que as economias vão se recuperar da forma certa, com as reformas estruturais certas que irão melhorar a produtividade dessas economias, que vão posicioná-las para serem mais digitais e mais verdes.”
Os comentários da presidente do BCE revisitam os problemas que atormentavam a economia da Europa antes mesmo da pandemia, durante uma década quando as fracas pressões inflacionárias forçaram a instituição a manter a política monetária ultrafrouxa. Lagarde, cujo mandato começou no fim de 2019, então anunciou sua maior medida de estímulo com um programa de compra de títulos da crise de 1,85 trilhão de euros (US$ 2,2 trilhões).
Elogiando a “boa coordenação” dos governos europeus no auge da emergência, Lagarde mostrou confiança de que aprenderão com essa experiência. Ela destacou o pacote de recuperação sem precedentes da região de 750 bilhões de euros, com uma combinação de empréstimos e subvenções destinadas a estimular o crescimento.
O fundo “vai ajudar a fazer os países convergirem melhor e reduzir a lacuna que existia entre alguns dos países do sul da Europa e os países do norte da Europa”, disse. “Essa é certamente a intenção.”
Um desafio importante também será reverter os estragos em alguns segmentos do mercado de trabalho, onde mulheres e jovens estão entre os mais vulneráveis à perda do emprego, disse. Isso ecoa preocupações de outros bancos centrais, como o Federal Reserve, de que a recuperação econômica global levará tempo para alcançar os mais afetados pela crise.
Na semana passada, autoridades do BCE desaceleraram o ritmo de compras de títulos na pandemia sob a avaliação de que a recuperação poderia ser mantida com um pouco menos de suporte. Lagarde alertou que ainda é muito cedo para discutir outras medidas para reduzir o apoio, já que a economia continua a enfrentar incertezas devido às variantes do coronavírus e choques de oferta global.