O fim da tarde desta quarta-feira deve trazer a primeira redução da taxa de juros do país em quatro anos, quando, às 18h, o Banco Central divulgará a decisão do Comitê de Política Monetária.

É difícil encontrar um economista que não espere que o anúncio seja de queda na Selic, mas o tamanho dessa redução ainda não é um consenso. Há quem projete que a taxa passará dos 14,25% para 14% e os mais otimistas esperam que ela caia para 13,75%. “A redução pode ser tímida, de 0,25 ponto percentual, para testar a recepção do mercado quanto à queda”, afirma Juliana Inhasz, professora de economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado.

Se o corte for de 0,25 ponto percentual ou de 0,5, sinalizam economistas, não importa muito, contanto que venha. “A redução em si é mais um sinal positivo da economia, a expectativa de queda juros para este e o próximo ano já anima o empresário e sinaliza que o país está voltando a normalidade”, afirma Celso Toledo, diretor de macroeconomia da LCA Consultores.

O resultado da reunião de outubro deve servir para o mercado ajustar também suas previsões para a última reunião do ano, que acontece em novembro. A queda da inflação – que em setembro foi a menor para o mês desde 1998 –  e a expectativa de melhora na economia fizeram o mercado prever uma redução ainda maior para a taxa de juros do país até o fim do ano.

Segundo economistas ouvidos pelo Boletim Focus, a expectativa agora é de que a Selic termine o ano em 13,50%. Para o fim de 2017, a expectativa é de que os juros estejam em 11,25% – patamar de outubro de 2014. Só isso, é claro, não basta para retomar os investimentos e o consumo no país, mas já é um alento para quem ficou estagnado nos 14,25% durante 15 meses.