Economia

Juros baixos dos EUA geram efeitos colaterais financeiros

FMI alerta para o contínuo crescimento da dívida empresarial americana, que coloca um risco à estabilidade financeira


	Estados Unidos: país encorajou padrões mais fracos para subscrições corporativas, enquanto a dívida empresarial continua a crescer
 (Jean Davis / Divulgação)

Estados Unidos: país encorajou padrões mais fracos para subscrições corporativas, enquanto a dívida empresarial continua a crescer (Jean Davis / Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 11h34.

Washington - A política monetária frouxa nos Estados Unidos encorajou padrões mais fracos para subscrições corporativas, enquanto a dívida empresarial continua a crescer, colocando um risco à estabilidade financeira, alertou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quarta-feira.

Fundos de pensão e empresas de seguro podem também estar assumindo mais riscos do que deveriam, à medida que buscam ativos de maior rendimento para suprir um déficit de financiamento, que ficou em 28 por cento para os fundos de pensão no fim do ano passado, informou o FMI em seu Relatório de Estabilidade Financeira Global.

Tudo isso está acontecendo enquanto os EUA ainda estão a apenas um terço do caminho do ciclo de negócios atual, informou o FMI.

"A tensão está crescendo entre a necessidade pela acomodação extraordinária da política monetária e os mercados de crédito que estão tendo vencimentos mais rápidos do que nos ciclos típicos", informou o relatório.

O apetite por ativos de maior risco também está se espalhando pelas economias emergentes, à medida que os investidores buscam rendimentos mais altos, tornando esses países mais vulneráveis a fluxos voláteis de capital.

Em geral, a estabilidade financeira global tem melhorado nos últimos seis meses e há poucos sinais claros de bolhas de ativos, disse o FMI. Mas os governos devem ficar alertas e garantir que estejam continuando as reformas estruturais e bancárias --ou correm o risco de cair em uma crise financeira crônica.

A análise do FMI pode ser mais um elemento para os temores sobre os efeitos colaterais do afrouxamento monetário agressivo, que deve dominar as reuniões de ministros financeiros e bancos centrais das maiores economias mundiais nesta semana.

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