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Irã aprova compra de gado vivo do Brasil, que pode chegar a 100 mil ao ano

Tailândia e Indonésia podem ser os próximos países a comprar bovinos do Brasil

Gado vivo: entre 2010 e 2017, exportações de animais geraram US$ 3,7 bilhões em divisas para o Brasil (Leonardo Colosso/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 16h54.

Reuters - O Irã aprovou a importação de gado vivo do Brasil, informou nesta segunda-feira, 22, o Ministério da Agricultura , que recebeu o sinal positivo da organização veterinária da república islâmica.

Países muçulmanos , em geral, compram gado vivo para realizar o abate halal, que obedece a preceitos de suas tradições religiosas. No entanto, o Irã também é importante importador da carne bovina brasileira, ocupando o terceiro lugar entre os maiores compradores em 2017, com aquisições avaliadas em 560 milhões de dólares.

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A estimativa do setor, segundo o ministério, é de que o mercado iraniano tem potencial para adquirir anualmente 100 mil cabeças de bovinos do Brasil, com perspectiva de expansão conforme se intensificarem as relações comerciais.

"Foram decisivos para a abertura deste mercado sucessivos reconhecimentos sanitários obtidos nos últimos anos junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como o reconhecimento do Brasil como livre de febre aftosa com vacinação e de pleuropneumonia contagiosa e de risco insignificante para encefalopatia espongiforme bovina (EEB, o Mal da Vaca Louca)", disse o diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA), Guilherme Marques, em nota.

Ele lembrou que o Estado de Santa Catarina é livre de febre aftosa sem vacinação e destacou que as tratativas entre o DSA e os iranianos vinham ocorrendo desde final de 2014, dada a sua complexidade. "Os constantes acessos a novos mercados à exportação de gado brasileiro impulsionaram esta negociação. Os próximos países que poderão comprar bovinos do Brasil são a Tailândia e a Indonésia. A diversificação dos mercados é favorável aos produtores e pode propiciar a negociação de outras commodities", afirmou Marques.

Conforme o Ministério da Agricultura, a exportação de gado vivo é uma atividade praticada apenas por países que possuem rígido controle sanitário dos seus rebanhos e representa canal de escoamento da produção para o produtor rural.

Entre 2010 e 2017, a atividade gerou 3,7 bilhões de dólares em divisas para o Brasil, segundo a pasta. No ano passado, a exportação de bovinos vivos respondeu por faturamento de mais de 276 milhões de dólares, e, no acumulado de 2018 até julho, por 301 milhões de dólares.

Os embarques de gado vivo vêm ocorrendo apesar de protestos de organizações protetoras dos animais, que argumentam que os bovinos sofrem durante o transporte até os países de destino.

No início do ano, o frigorífico Minerva, que possui importante operação de exportação de gado vivo, enfrentou dificuldades para exportar uma carga a partir de Santos, que ficou embargada por alguns dias em meio a uma disputa judicial.

Uma decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), de fevereiro, autorizou transporte internacional de animais vivos a partir de qualquer terminal do país, na sequência do caso em Santos, envolvendo 25 mil cabeças.

Na época, a desembargadora federal Cecília Marcondes disse que o transporte internacional de animais vivos é realizado de acordo com as normas editadas pelo Poder Executivo que versam sobre controle de qualidade, da segurança e do bem-estar.

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