Investidores estrangeiros apostam na recuperação do país
Ativos brasileiros se tornaram tão baratos que alguns analistas chegaram a qualificar o Brasil, junto com outros mercados emergentes, como negócio desta década.
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2016 às 16h57.
Geert Aalbers, diretor sênior e chefe da Control Risks no Brasil, parece estar no lugar certo, na hora certa. A consultoria global de risco, que opera no país há cerca de 20 anos, registra crescimento substancial desde o ano passado.
Sem antecipar os números, Aalbers diz que 2016 será o melhor ano da companhia no Brasil. Com a crise política e o escândalo da Petrobras, a demanda por análises de integridade e risco político, investigações e diligência prévia para fusões e aquisições aumentou de forma significativa.
“Estamos vendo um grande interesse de investidores internacionais, fundos de private equity, fundos de pensão, grandes conglomerados, todos tentando compreender o cenário e buscando boas oportunidades para colocar os pés na América Latina”, diz.
Os ativos brasileiros se tornaram tão baratos que alguns analistas chegaram a qualificar o Brasil, junto com outros mercados emergentes, como o negócio desta década. A moeda brasileira se desvalorizou de forma significativa em relação ao dólar em 2015 e apesar da recuperação vista nos primeiros meses deste ano ainda está no menor valor desde 2003.
Com a recessão e a desvalorização do real, as companhias brasileiras nunca estiveram tão baratas. Muitas delas, afetadas pela crise e pelo escândalo de corrupção na Petrobras, estão vendendo boa parte de seus ativos. É o caso do BTG Pactual, maior banco de investimento independente da América Latina.
Desde que o fundador e CEO do banco, André Esteves, foi preso sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações do esquema de corrupção, o BTG se desfez de ativos importantes, como o controle do banco suíço BSI e ações na Rede D'Or São Luiz, a maior rede de hospitais privados do país.
De acordo com relatório da área de inteligência da Thomson Reuters, o banco atuou em dez negociações apenas no primeiro trimestre deste ano, totalizando US$ 2,779 bilhões.
A Petrobras, com uma dívida que supera os US$ 130 bilhões, também planeja vender US$ 15 bilhões em ativos até o fim do ano.
Robert Abad, fundador da consultoria em mercados emergentes EM+BRACE, baseada na Califórnia, diz que o Brasil ainda é uma das nações mais promissoras da América Latina. “Há uma filosofia que todo investidor em mercados emergentes precisa ter. Se o país tem uma boa base, se houve progresso ao longo dos anos, então quando uma crise dessas acontece é o momento certo para investir”, diz.
Dados da plataforma financeira Dealogic mostram que o número total de fusões e aquisições no Brasil atingiu US$ 22,59 bilhões no último trimestre de 2015, o melhor quarto trimestre desde 2013 e o terceiro melhor desde que os dados começaram a ser registrados, em 1995.
Outro relatório, da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), apontou que o número de fusões e aquisições no Brasil em 2015 diminuiu 16% quando comparado com o ano anterior.
Mas, se consideradas apenas as negociações fechadas por investidores estrangeiros no país, o número sobe 1%, de 338 em 2014 para 342 em 2015. Pela primeira vez, desde que o relatório começou a ser feito, mais acordos foram firmados por investidores de outros países do que por brasileiros.
A consultoria Control Risks vê oportunidades em uma série de setores, como infraestrutura, energias renováveis, serviços, saúde e educação. “O Brasil é um país imenso, com grandes necessidades em áreas básicas, como infraestrutura. O novo ciclo de desenvolvimento vai exigir investimentos e o governo vai trabalhar para melhorar os incentivos e o retorno para os investidores”, afirma Aalbers.
Depois de atingir, em janeiro, o menor valor desde 2008, o Índice Bovespa, principal indicador da bolsa de valores de São Paulo, teve alta de mais de 23% nos primeiros meses deste ano, e se tornou um dos investimentos com a melhor performance do mundo em 2016.
A alta foi influenciada pelo avanço do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, já que o fim do impasse político é visto pelos investidores como um importante passo rumo à retomada do crescimento da economia .
Caio Mesquita, fundador da consultoria independente de investimentos Empiricus, diz que o mercado deve continuar a reagir positivamente à mudança de governo. “O que vai acontecer daqui pra frente depende muito do tipo de governo que será formado, mas, de qualquer forma, se você tem uma visão de longo prazo, é um bom momento para investir no Brasil.”
Aalbers, da Control Risks, vive no Brasil há 18 anos e diz que há duas maneiras de olhar para o país. “O primeiro é com euforia, como vimos durante o boom do país. O segundo, é com realismo. Os riscos e custos de fazer negócios no Brasil são altos e continuarão sendo pelo menos por um tempo. Os investidores que estiverem preparados para entender o cenário e absorver esses custos, terão sucesso.”
Geert Aalbers, diretor sênior e chefe da Control Risks no Brasil, parece estar no lugar certo, na hora certa. A consultoria global de risco, que opera no país há cerca de 20 anos, registra crescimento substancial desde o ano passado.
Sem antecipar os números, Aalbers diz que 2016 será o melhor ano da companhia no Brasil. Com a crise política e o escândalo da Petrobras, a demanda por análises de integridade e risco político, investigações e diligência prévia para fusões e aquisições aumentou de forma significativa.
“Estamos vendo um grande interesse de investidores internacionais, fundos de private equity, fundos de pensão, grandes conglomerados, todos tentando compreender o cenário e buscando boas oportunidades para colocar os pés na América Latina”, diz.
Os ativos brasileiros se tornaram tão baratos que alguns analistas chegaram a qualificar o Brasil, junto com outros mercados emergentes, como o negócio desta década. A moeda brasileira se desvalorizou de forma significativa em relação ao dólar em 2015 e apesar da recuperação vista nos primeiros meses deste ano ainda está no menor valor desde 2003.
Com a recessão e a desvalorização do real, as companhias brasileiras nunca estiveram tão baratas. Muitas delas, afetadas pela crise e pelo escândalo de corrupção na Petrobras, estão vendendo boa parte de seus ativos. É o caso do BTG Pactual, maior banco de investimento independente da América Latina.
Desde que o fundador e CEO do banco, André Esteves, foi preso sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações do esquema de corrupção, o BTG se desfez de ativos importantes, como o controle do banco suíço BSI e ações na Rede D'Or São Luiz, a maior rede de hospitais privados do país.
De acordo com relatório da área de inteligência da Thomson Reuters, o banco atuou em dez negociações apenas no primeiro trimestre deste ano, totalizando US$ 2,779 bilhões.
A Petrobras, com uma dívida que supera os US$ 130 bilhões, também planeja vender US$ 15 bilhões em ativos até o fim do ano.
Robert Abad, fundador da consultoria em mercados emergentes EM+BRACE, baseada na Califórnia, diz que o Brasil ainda é uma das nações mais promissoras da América Latina. “Há uma filosofia que todo investidor em mercados emergentes precisa ter. Se o país tem uma boa base, se houve progresso ao longo dos anos, então quando uma crise dessas acontece é o momento certo para investir”, diz.
Dados da plataforma financeira Dealogic mostram que o número total de fusões e aquisições no Brasil atingiu US$ 22,59 bilhões no último trimestre de 2015, o melhor quarto trimestre desde 2013 e o terceiro melhor desde que os dados começaram a ser registrados, em 1995.
Outro relatório, da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), apontou que o número de fusões e aquisições no Brasil em 2015 diminuiu 16% quando comparado com o ano anterior.
Mas, se consideradas apenas as negociações fechadas por investidores estrangeiros no país, o número sobe 1%, de 338 em 2014 para 342 em 2015. Pela primeira vez, desde que o relatório começou a ser feito, mais acordos foram firmados por investidores de outros países do que por brasileiros.
A consultoria Control Risks vê oportunidades em uma série de setores, como infraestrutura, energias renováveis, serviços, saúde e educação. “O Brasil é um país imenso, com grandes necessidades em áreas básicas, como infraestrutura. O novo ciclo de desenvolvimento vai exigir investimentos e o governo vai trabalhar para melhorar os incentivos e o retorno para os investidores”, afirma Aalbers.
Depois de atingir, em janeiro, o menor valor desde 2008, o Índice Bovespa, principal indicador da bolsa de valores de São Paulo, teve alta de mais de 23% nos primeiros meses deste ano, e se tornou um dos investimentos com a melhor performance do mundo em 2016.
A alta foi influenciada pelo avanço do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, já que o fim do impasse político é visto pelos investidores como um importante passo rumo à retomada do crescimento da economia .
Caio Mesquita, fundador da consultoria independente de investimentos Empiricus, diz que o mercado deve continuar a reagir positivamente à mudança de governo. “O que vai acontecer daqui pra frente depende muito do tipo de governo que será formado, mas, de qualquer forma, se você tem uma visão de longo prazo, é um bom momento para investir no Brasil.”
Aalbers, da Control Risks, vive no Brasil há 18 anos e diz que há duas maneiras de olhar para o país. “O primeiro é com euforia, como vimos durante o boom do país. O segundo, é com realismo. Os riscos e custos de fazer negócios no Brasil são altos e continuarão sendo pelo menos por um tempo. Os investidores que estiverem preparados para entender o cenário e absorver esses custos, terão sucesso.”