Economia

Intenção de consumo das famílias recua 1,7% em julho, 5ª queda consecutiva

No entanto, na comparação com o mês de julho do ano passado, houve uma alta de 5,5% no indicador

Cautela: para presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, consumidor ainda espera mercado de trabalho (Marcelo Correa/Exame)

Cautela: para presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, consumidor ainda espera mercado de trabalho (Marcelo Correa/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de julho de 2019 às 12h32.

Última atualização em 19 de julho de 2019 às 12h33.

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) teve queda de 1,7% em julho em relação a junho, a quinta consecutiva no ano, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O indicador ficou em 89,9 pontos, ante 91,3 pontos em junho, permanecendo abaixo dos 100 pontos desde abril de 2015. A queda da ICF desde março reflete, segundo a CNC, as dificuldades enfrentadas pelas famílias brasileiras para manter o padrão de vida.

Na comparação com o mês de julho do ano passado, houve uma alta de 5,5% no indicador. No entanto, todos os componentes da ICF apresentaram taxas negativas, em uma situação equiparável à do período de forte crise econômica em 2015-2016, pontua a CNC em comunicado.

No acumulado de 2019, a taxa, que encerrou o primeiro semestre zerada, agora apresentou uma inflexão e está em patamar negativo com perda de 1,7%. No ano, a intenção de compras subiu somente em janeiro (5,1%) e fevereiro (2,7%).

"O consumidor segue cauteloso, condicionado pelo nível de endividamento e pelo mercado de trabalho, em que o desemprego vai se mostrando persistente", avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros em nota.

Segundo Tadros, o cenário econômico pode melhorar no segundo semestre, com a aprovação da reforma da Previdência, mas é preciso avançar em medidas que vão destravar a economia, como a reforma tributária e a MP da Liberdade Econômica.

O item que avalia o momento para consumo de bens duráveis recuou 3,8% na passagem de junho para julho. Isso, diz a CNC, revela que as famílias não estão confiantes em adquirir este tipo de bem, cujas características dependem do crédito, da prestação dentro do orçamento e da confiança para o pagamento futuro.

O item Perspectiva de Consumo também puxou o indicador geral para baixo, ao registrar recuo de 3,2%, assim como o item Nível de Consumo Atual (-2,6%), Renda Atual (-0,6%) e Emprego Atual (-0 6%).

"As sucessivas quedas da ICF evidenciam que o endividamento das famílias torna a conjuntura de recuperação econômica mais difícil. Se no cenário de escassez de crédito os juros pouco cedem, as empresas acabam adiando investimentos e o desemprego vai se mostrando resistente em diminuir", destaca a CNC.

A pesquisa identificou também que a retração aconteceu em todo o País. As maiores quedas ocorreram no Nordeste (-2,4%) e no Sudeste (-2,2%). A maior variação negativa foi identificada nas famílias cujos ganhos atingem mais de dez salários mínimos, registrando -2,9%.

Acompanhe tudo sobre:ConsumoReforma da Previdência

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor