Intenção de comprar casa e carro cai pela metade em um ano
Em um ano, subiu de 35% para 51% os que avaliam sua situação financeira atual como ruim, enquanto parcela de inseguros em seus empregos foi de 35% para 57%
João Pedro Caleiro
Publicado em 20 de abril de 2016 às 06h01.
São Paulo - A intenção do brasileiro de comprar carro , casa e eletroeletrônico caiu pela metade em um ano, de acordo com uma pesquisa divulgada ontem.
Em março de 2015, 23% da população se sentia à vontade para adquirir bens duráveis como imóveis e automóveis. Em março de 2016, o número caiu para 10%.
No mesmo período, a intenção de compra de eletroeletrônicos caiu de 31% para 16%.
No último ano, subiu de 35% para 51% o grupo dos que avaliam sua situação financeira atual como ruim, enquanto a parcela de inseguros em seus empregos saltou de 35% para 57%.
Já a parcela de brasileiros que consideram que sua situação financeira futura vai piorar nos próximos meses foi de 34% em março deste ano, contra 18% no mesmo período de 2015.
Os dados são de uma pesquisa encomendada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ao Instituto Ipsos.
Ela foi feita entre os dias 13 e 30 de março e contou com 1,2 mil entrevistas domiciliares em 72 municípios de todas as regiões brasileiras. A amostra é representativa da população brasileira de áreas urbanas e a margem de erro é de 3 pontos.
"Esse pessimismo no consumo é reflexo da piora da percepção do consumidor em relação à sua situação financeira e ao seu emprego”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), através de nota.
Dados
Há uma semana, a Thomson Reuters/Ipsos divulgou que o Índice Primário de Sentimento do Consumidor (PCSI, na sigla em inglês) subiu de 34,5 em março para 35,5 em abril, mas segue muito abaixo do verificado um ano antes (42,7).
Já os licenciamentos de automóveis, caminhões e ônibus novos no país recuaram mais de 23% no país em março de 2016 sobre o mesmo mês do ano passado.
Com isso, encerraram o primeiro trimestre com baixa anual de 28,6%, segundo dados divulgados no começo de abril pela associação de concessionárias, Fenabrave.
Já o índice que mede o receio de perder o emprego subiu 7,8% ante março de 2015, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e atingiu o maior nível da série iniciada em 1999.
O desemprego medido pela Pesquisa Mensal do Emprego nas 6 principais regiões metropolitanas foi de 8,2% em fevereiro, maior nível em quase 7 anos.
Taxas de crescimento | |
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2014 | -3,9% |
2015 | -5,7% |
2016 (est.) | -8% |
Taxas de crescimento | |
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2014 | 2,9% |
2015 | -0,2% |
2016 (est.) | -7,8% |
Taxas de crescimento | |
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2014 | -0,3% |
2015 | -12,2% |
2016 (est.) | -7,4% |
Taxas de crescimento | |
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2014 | -0,9% |
2015 | -20,3% |
2016 (est.) | -7,2% |
Taxas de crescimento | |
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2014 | 3,7% |
2015 | 0% |
2016 (est.) | -4,5% |
Taxas de crescimento | |
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2014 | 0,1% |
2015 | -3,8% |
2016 (est.) | -3,8% |
Taxas de crescimento | |
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2014 | 2,8% |
2015 | 1,1% |
2016 (est.) | -3% |
Taxas de crescimento | |
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2014 | 1,6% |
2015 | -3,9% |
2016 (est.) | -2,7% |
Taxas de crescimento | |
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2014 | -24,0% |
2015 | -6,4% |
2016 (est.) | -2% |
Taxas de crescimento | |
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2014 | -2,3% |
2015 | -0,2% |
2016 (est.) | -2% |