Economia

Injeção de recursos com medidas do BC alcança R$ 25 bilhões

Recursos virão da redução do capital para risco de crédito e da liberação de depósitos compulsórios


	Prédio do Banco Central em Brasília: no mês passado, BC já havia anunciado que injetam recursos na economia no total de R$ 45 bilhões
 (Wikimedia Commons)

Prédio do Banco Central em Brasília: no mês passado, BC já havia anunciado que injetam recursos na economia no total de R$ 45 bilhões (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2014 às 14h16.

Brasília - O Banco Central (BC) anunciou hoje (20) várias medidas que liberam mais recursos para os bancos emprestarem e, desse modo, estimular a economia. No total, serão liberados, a partir da próxima segunda-feira (25), R$ 25 bilhões. Os recursos virão da redução do capital para risco de crédito (R$ 15 bilhões) e da liberação de depósitos compulsórios (R$ 10 bilhões). No final do mês passado, o BC já havia anunciado medidas que injetam recursos na economia no total de R$ 45 bilhões.

No caso da liberação de depósitos compulsórios anunciada hoje, uma das medidas anunciadas permite que até 60% do recolhimento compulsório relativo a depósitos a prazo sejam usados pelos bancos para contratações de novas operações de crédito e na compra de carteiras de crédito de outras instituições. A medida pode estimular o crédito porque, se o banco não fizer novas operações ou comprar carteiras, o dinheiro será recolhido ao BC, sem que receba remuneração.

Em julho, esse percentual havia sido definido em 50%, quando a liberação de depósitos compulsórios, recursos que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC, alcançou montante de R$ 30 bilhões. Desse total, aproximadamente a metade já entrou no mercado, impacto que se soma aos R$ 10 bilhões previstos para entrar no mercado com as novas medidas sobre compulsórios.

Na relação de medidas de estímulo, o BC incluiu novos critérios relativos ao requerimento mínimo de capital para risco de crédito. Esse requerimento é a quantidade de recursos que os acionistas dos bancos devem deixar reservados para cada operação de crédito. Com essa medida, foram liberados cerca de R$ 15 bilhões, com potencial de geração de novas operações de crédito de até R$ 140 bilhões, segundo o chefe do Departamento de Regulação Prudencial e Cambial do BC, Caio Ferreira.

O BC reestabeleceu em 75% o fator de ponderação de risco para todas as operações de crédito de varejo, independentemente do prazo. Ferreira lembrou que em 2010, havia a necessidade definir regras mais rigorosas, principalmente porque as operações de crédito estavam com prazos muito longos e com garantias inadequadas. Então, esse fator de ponderação de risco chegava a até 300% em alguns casos. Atualmente, segundo Ferreira, os bancos estão mais criteriosos na concessão de crédito e por isso não há risco à estabilidade do sistema financeiro.

Outra medida do BC é reconhecer que o crédito consignado (parcelas descontadas em folha de pagamento) de servidores públicos tem um risco menor por conta da estabilidade no emprego. Nesse caso, o fator de ponderação de risco caiu de 75% para 50% nas operações de crédito concedidas a servidores públicos federais. “Se exige mais capital para uma operação que tem menos risco, está penalizando a instituição”, disse Ferreira.

O BC também anunciou hoje redução no percentual que os bancos devem reservar quando emitem carta de crédito garantindo o pagamento, em operações de comércio exterior e também em processos licitatórios. No caso das licitações, o banco garante, por exemplo, o pagamento de multas caso a empresa não cumpra o contrato.

No caso de novos financiamentos de veículos, o BC definiu que, para dedução de 60% do recolhimento compulsório, será considerado o aumento das operações de crédito em relação a média no primeiro semestre de 2014. Ou seja, os bancos vão ter que fazer mais operações de financiamento de veículos para ter a dedução. “Para ter ganho com a medida, tem que fazer mais do que fazia antes”, disse o chefe Departamentos de Operações Bancárias de Sistema de Pagamentos do BC, Daso Coimbra.

O BC também definiu que as instituições podem usar letras financeiras para fazer dedução de depósitos compulsórios. Nesse caso, será considerado o montante desses instrumentos financeiros relativo à posição de 25 de julho de 2014.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBancoseconomia-brasileiraFinançasMercado financeiro

Mais de Economia

Brasil é 'referência mundial' em regulação financeira, diz organizador de evento paralelo do G20

Governo teme “efeito cascata” no funcionalismo se Congresso aprovar PEC do BC

Banco Central estabelece regras para reuniões com agentes do mercado financeiro

Produção industrial sobe 4,1% em junho, maior alta desde julho de 2020

Mais na Exame