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Infraestrutura na África traz chance bilionária ao Brasil

A demanda por projetos representa oportunidades entre 185 bilhões a 200 bilhões de dólares - dos quais o Brasil pode ter posição privilegiada

O estudo mostra que os mercados emergentes, incluindo as nações africanas, demandam pouco mais de 850 bilhões de dólares em investimentos (Lars Haefner/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2012 às 22h14.

São Paulo - A demanda por projetos de infraestrutura em países africanos representa oportunidades de investimentos de entre 185 bilhões a 200 bilhões de dólares, nos quais o Brasil pode ter posição privilegiada em função da língua em comum, aponta estudo da consultoria Roland Berger.

O estudo mostra que os mercados emergentes, incluindo as nações africanas, demandam pouco mais de 850 bilhões de dólares em investimentos para o fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água e saneamento, transporte, telecomunicações e irrigação.

"Existe oportunidade para as empresas que já estão presentes (na África) alargarem suas presenças, há oportunidades para novas empresas em áreas como telecomunicações, energia, saneamento entre outros", disse Jorge Pereira da Costa, sócio e especialista em transporte e logística da consultoria.

Ele acrescentou ainda que existe a possibilidade de os grandes grupos brasileiros que já atuam no continente africano criarem condições para a entrada de empresas parceiras e de menor dimensão.

Atualmente, entre as grandes empresas brasileiras do setor de mineração, petróleo e construção estão em países africanos, estão a Vale, Petrobras e Odebrecht .

"A questão que se coloca aqui é: além destas empresas, porque outras também não podem participar?", ressaltou Costa. Ele cita empresas como Eletrobras, Cemig, CPFL, Oi entre outras que teriam condições de participar nos investimentos necessários em infraestrutura nestes países.


"Não só este é um trabalho a ser feito pelos Estados, como a China, que tem intensos programas de desenvolvimento nestes países, particularmente na África,... mas depende também de investidores privados", observou.

Estimativa da consultoria aponta que os temores de investidores privados com os riscos "macroagregados" - como estabilidade política, desenvolvimento econômico e risco de mercado, mudanças na estrutura interna dos países e de pagamentos - representaram à África a perda de 9 bilhões de dólares em investimentos no ano passado.

"Para o Brasil tem um aspecto extremamente importante, por ser um país que fala português e tem que tem influência em países africanos que também falam português", acrescentou, citando Angola, Moçambique e, mesmo com uma certa instabilidade, a Guiné.

Em sua avaliação, estes países podem servir como base para o Brasil ampliar sua participação no continente africano. E ressaltou a Angola que tem presença importante na região do Golfo da Guiné e no sul da África e Moçambique são países que, anualmente, tem importância expressiva na África Austral.

"São áreas com necessidade de investimento, mas também com desenvolvimento significativo", observou.

Ele conclui que o Brasil, como sexta economia do mundo, também tem obrigações para ajudar a contribuir com o desenvolvimento dos países emergentes, mas ao mesmo tempo, neste processo, também pode estar criando importantes mercados.

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São Paulo - A demanda por projetos de infraestrutura em países africanos representa oportunidades de investimentos de entre 185 bilhões a 200 bilhões de dólares, nos quais o Brasil pode ter posição privilegiada em função da língua em comum, aponta estudo da consultoria Roland Berger.

O estudo mostra que os mercados emergentes, incluindo as nações africanas, demandam pouco mais de 850 bilhões de dólares em investimentos para o fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água e saneamento, transporte, telecomunicações e irrigação.

"Existe oportunidade para as empresas que já estão presentes (na África) alargarem suas presenças, há oportunidades para novas empresas em áreas como telecomunicações, energia, saneamento entre outros", disse Jorge Pereira da Costa, sócio e especialista em transporte e logística da consultoria.

Ele acrescentou ainda que existe a possibilidade de os grandes grupos brasileiros que já atuam no continente africano criarem condições para a entrada de empresas parceiras e de menor dimensão.

Atualmente, entre as grandes empresas brasileiras do setor de mineração, petróleo e construção estão em países africanos, estão a Vale, Petrobras e Odebrecht .

"A questão que se coloca aqui é: além destas empresas, porque outras também não podem participar?", ressaltou Costa. Ele cita empresas como Eletrobras, Cemig, CPFL, Oi entre outras que teriam condições de participar nos investimentos necessários em infraestrutura nestes países.


"Não só este é um trabalho a ser feito pelos Estados, como a China, que tem intensos programas de desenvolvimento nestes países, particularmente na África,... mas depende também de investidores privados", observou.

Estimativa da consultoria aponta que os temores de investidores privados com os riscos "macroagregados" - como estabilidade política, desenvolvimento econômico e risco de mercado, mudanças na estrutura interna dos países e de pagamentos - representaram à África a perda de 9 bilhões de dólares em investimentos no ano passado.

"Para o Brasil tem um aspecto extremamente importante, por ser um país que fala português e tem que tem influência em países africanos que também falam português", acrescentou, citando Angola, Moçambique e, mesmo com uma certa instabilidade, a Guiné.

Em sua avaliação, estes países podem servir como base para o Brasil ampliar sua participação no continente africano. E ressaltou a Angola que tem presença importante na região do Golfo da Guiné e no sul da África e Moçambique são países que, anualmente, tem importância expressiva na África Austral.

"São áreas com necessidade de investimento, mas também com desenvolvimento significativo", observou.

Ele conclui que o Brasil, como sexta economia do mundo, também tem obrigações para ajudar a contribuir com o desenvolvimento dos países emergentes, mas ao mesmo tempo, neste processo, também pode estar criando importantes mercados.

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