Economia

Inflação deve ficar entre 6,4% ou 6,45% no ano, diz Holland

Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, a inflação deve ficar dentro da banda superior da meta, limite definido em 6,5%


	Márcio Holland: "as previsões indicam que há grande chance de a inflação ficar dentro das bandas da meta", afirmou
 (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Márcio Holland: "as previsões indicam que há grande chance de a inflação ficar dentro das bandas da meta", afirmou (Elza Fiúza/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 13h19.

Brasília - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, avaliou como positivo o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro.

Ele lembrou que o indicador veio abaixo da mediana das previsões de mercado e abaixo do resultado observado em novembro de 2013.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação oficial do mês passado ficou em 0,51%. A previsão mediana era de que ficaria em 0,54%.

Para Holland, a inflação deve ficar dentro da banda superior da meta, limite definido em 6,5%. Nos cálculos dele, o IPCA deve terminar o ano entre 6,4% e 6,45%.

Ele lembrou que pela manhã os técnicos do IBGE projetaram que, para a inflação ficar dentro da banda da meta, o IPCA pode chegar até a 0,86% em dezembro. "As previsões indicam que há grande chance de a inflação ficar dentro das bandas da meta", afirmou Holland.

Durante a entrevista, Holland disse desconhecer estudos para uma eventual elevação de impostos neste final do ano, como por exemplo a Cide, usada para regular preço de combustíveis, em razão do 'espaço' que se abriu na meta do IPCA. "Que eu saiba, todos os tributos do ano estão definidos", afirmou.

Carne e peru

O secretário afirmou ainda que o resultado de novembro da inflação oficial teve forte influência de alimentação e bebidas, preços que subiram, segundo ele, em função de seca e do período de entressafra. "Há uma aceleração de alimentos já esperada para esse momento do ano", disse.

Questionado se o brasileiro deveria trocar a carne pelo peru, no Natal, o secretário disse que não faz recomendações de consumo à sociedade.

"Eu nunca faço recomendações à sociedade, ela escolhe os produtos que quer consumir", afirmou.

Em meio a campanha eleitoral deste ano, ao comentar a inflação das carnes, Holland havia sugerido que o brasileiro poderia trocar a proteína bovina por ovo ou outros substitutos com preço melhor, frase que foi usada pela campanha da oposição à Presidência da República.

Holland ainda defendeu que o brasileiro aumentou seu poder de compra nos últimos anos e argumentou que os preços devem arrefecer em algum momento.

Para ele, as altas que tem deixado o IPCA longe do centro da meta (4,5%) foram influenciadas pela volatilidade internacional e pela seca, que já dura quase quatro anos.

Segundo o secretário, os investimentos do governo em infraestrutura e microrreformas econômicas conduzirão o Brasil a um aumento de produtividade e, consequentemente, a uma inflação menor.

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