Economia

Inflação de famílias mais pobres dispara em dezembro, diz Ipea

Em dezembro, as famílias de renda mais baixa registraram inflação de 0,21% contra 0,09% nos ajustes de preços da renda mais alta

Inflação: em 2018, a renda baixa teve inflação de 3,59%; a renda média-baixa, de 3,73%; de renda média, 3,69% (Reinaldo Canato/VEJA)

Inflação: em 2018, a renda baixa teve inflação de 3,59%; a renda média-baixa, de 3,73%; de renda média, 3,69% (Reinaldo Canato/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 12h39.

Rio - A inflação das famílias mais pobres no Brasil disparou em dezembro em relação à das famílias mais ricas, informou nesta terça-feira, 15, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apesar de, no acumulado de 2018, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda ter sido mais equilibrado. Em dezembro, as famílias de renda mais baixa registraram inflação de 0,21% contra 0,09% identificados nos ajustes de preços da renda mais alta.

O resultado se deve ao maior aumento do preço de itens que impactam com mais força a baixa renda, como alimentos. Segundo o Ipea, em dezembro, os legumes subiram 9%; as verduras, 2,3%; frutas, 3%; e carnes, 2%. Também pesaram o aumento do preço do vestuário, como roupas femininas, em alta de 2,3%, e o reajuste de 0,5% do aluguel. Já para as famílias de alta renda, pesaram as passagens aéreas impulsionadas pelas férias, com preços 29,1% mais altos, e do aumento de 0,8% dos planos de saúde.

Por outro lado, a energia beneficiou a todas as classes, com queda de 4,8% no preço da gasolina e de 2% na conta de luz. "A queda de 4,8% no preço da gasolina foi o principal fator de descompressão inflacionária nas faixas de renda mais alta, que também se beneficiaram, ainda que em menor proporção, da queda das tarifas de energia elétrica", explicou o Ipea.

2018

No acumulado de 2018, a inflação cresceu em todos os segmentos de renda, resultado do aumento dos preços dos alimentos a partir do segundo semestre e, sobretudo, dos reajustes dos combustíveis e da energia elétrica entre junho e outubro. Embora as famílias mais pobres tenham sofrido mais em dezembro, no acumulado de 12 meses a alta de preços neste segmento foi de 3,5%, contra 3,9% nas faixas de renda mais alta.

O Ipea informou ainda que apenas as classes de renda média-alta e de alta tiveram aumento de preços acima da inflação oficial no ano passado, de 3,90% e 3,92%, respectivamente, contra o Índice Nacional de Preços Amplo (IPCA) de 3,75% registrado em 2018. No acumulado, a renda baixa teve inflação de 3,59%; a renda média-baixa, de 3,73%; de renda média, 3,69%.

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