Economia

Inflação de agosto foi a menor para o mês em duas décadas

O maior impacto individual negativo do mês veio das passagens aéreas: depois de subirem 44,51% em julho, elas caíram 26,12% em agosto

Feira em São Paulo: dados mostram inflação comportada (Reprodução/Getty Images)

Feira em São Paulo: dados mostram inflação comportada (Reprodução/Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 09h04.

Última atualização em 6 de setembro de 2018 às 10h05.

São Paulo - A inflação no Brasil foi de -0,09% em agosto, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (06) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O número veio abaixo da previsão do mercado financeiro que era de inflação zero no mês, segundo o último Boletim Focus do Banco Central.

Foi a menor taxa para agosto desde 1998, quando registrou -0,51%, e também ficou muito abaixo de julho (0,33%) e de agosto do ano passado (0,19%).

O acumulado da inflação nos últimos 12 meses está em 4,19%, ainda abaixo da meta de inflação para o ano que é de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para baixo (2,5%) ou para cima (6,5%).

Já o acumulado no ano de 2018 até agora é de 2,85%, acima do 1,62% no mesmo período de 2017.

"A perspectiva de inflação segue muito benigna. O grande hiato do produto, o alto nível de folga no mercado de trabalho, as expectativas de inflação bem ancoradas e a previsão de crescimento do PIB abaixo da média devem manter a inflação bem comportada no futuro próximo a despeito de um Real mais fraco", escreve Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs.,

Grupos

Houve deflação pelo segundo mês consecutivo no grupo de Alimentação e Bebidas, de longe aquele com maior peso no índice.

Os preços também caíram no grupo de Transportes, responsável sozinho por tirar 1,22 ponto percentual do IPCA de agosto.

O maior impacto individual negativo do mês veio das passagens aéreas: depois de subirem 44,51% em julho, elas caíram 26,12% em agosto.

Os combustíveis caíram -1,86% em média, incluindo queda de 4,69% no etanol e de 1,45% na gasolina.

O maior impacto individual positivo do mês foi a energia elétrica. A alta da conta de luz suavizou de 5,53% em julho para 0,96% em agosto, mas ainda assim respondeu por 0,04 ponto percentual dentro do grupo de Habitação.

Foi mantida em vigor em agosto a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$0,05 por kwh consumido.

 

GrupoVariação julho, em %Variação agosto, em %
Índice Geral0,33-0,09
Alimentação e Bebidas-0,12-0,34
Habitação1,540,44
Artigos de Residência0,470,56
Vestuário-0,600,19
Transportes0,49-1,22
Saúde e cuidados pessoais0,070,53
Despesas pessoais0,310,36
Educação-0,080,25
Comunicação0,080,03

 

GrupoImpacto julho, em p.p.Impacto agosto, em p.p.
Índice Geral0,33-0,09
Alimentação e Bebidas-0,03-0,08
Habitação0,240,07
Artigos de Residência0,020,02
Vestuário-0,030,01
Transportes0,09-0,23
Saúde e cuidados pessoais0,010,07
Despesas pessoais0,030,04
Educação0,000,01
Comunicação0,000,00

 

Acompanhe tudo sobre:InflaçãoIPCAPreços

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Banco Central aprimora regras de segurança do Pix; veja o que muda

Mais na Exame